sábado, 31 de outubro de 2009

O vinho ofuscado...

Quando começamos com esta história de vinho nas quintas, a idéia era simplesmente degustar um bom vinho. Para acompanhar às vezes comíamos um queijinho ou uns pãezinhos com patê. Mais a coisa foi evoluindo e olha aonde fomos parar. Nesta quinta o Reinaldo exagerou e se superou. O vinho foi ofuscado pelo prato. Apesar da boa harmonização o prato da noite merecia um vinho de outro gabarito. O prato preparado foi: Coroa de costela assada com batatas e brócolis ao bacon. Não vou fazer mais nenhum comentário. Apenas vejam a foto do prato e tirem as suas conclusões.


TILIA MALBEC

Tinto – 2007
Produtor: Tilia
País/Região: Argentina – Mendoza
Álcool: 13,5%
Importadora: Vinci Vinhos
Coloração cor violeta intensa, no nariz apresenta aromas de cereja preta, com leves notas florais e toques tostados. Na boca é rico, repleto de cassis e framboesas concentrados, com um toque de chocolate e especiarias, resultado da leve maturação em carvalho. O final persiste na boca, com ricos e aveludados taninos. (Fonte: Vinci Vinhos)

PATA NEGRA ORO

Tinto - 2007
Produtor: Bodegas Vinartis
País/Região: Espanha – Valdepeñas
Álcool: 13%
Importadora: Casa Flora
Alta intensidade de cor, rubi com toques violáceos. Um vinho muito aromático, com aromas de frutas e sutis toques de baunilha. Excelente corpo, com taninos presentes mas não agressivos. Na boca, alta persistência aromática. (Fonte: Adega Brasil)

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Máquinas do tempo

"Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros” (Clarice Lispector)

Uma foto pode contar muitas histórias. Pode trazer muitas recordações. Uma foto é muito mais que um simples retrato. Utilizo apenas o detalhe de uma fotografia. Ela está na parede da sala na casa de meu pai. Poucas pessoas têm o privilégio de ter tanta história em apenas uma parede. Meu pai é um privilegiado. Não porque teve sorte. A sorte não tem nada a ver com isso. Pelo menos, não neste caso. É um privilegiado por sua sensibilidade e pelo amor à sua família. Claro, quando vemos os quadros e as fotos que ali se encontram tudo parece muito simples e óbvio. Quem não guardaria tais relíquias? Mas a verdade não é bem assim. Muitas vezes nos desfazemos das coisas muito antes de darmos tempo a elas para contar qualquer história. Antes mesmo que possam adquirir algum significado em nossas vidas. Vejo na foto um quadro pintado por meu avô. A tela é de 1923. Pois é, 1923! Meu avô era apenas um garoto. Mas que talento ele tinha. Que ser humano ele era. Quem o conheceu, tenho certeza, agora mesmo está concordando comigo. Cresci com a imagem daquele quadro. Não só eu como meus irmãos, primas e primos. Se estiverem lendo, também lembrarão de muitas imagens daquela época... É, sei o que estarão sentindo. Todo mundo possui guardada, com muito carinho, uma lembrança igual a essa. Há ainda, nesta parede, um quadro de palhaço. Foi meu pai quem pintou. Em 1977 e eu tinha apenas cinco anos. Se não me engano, este foi o primeiro. Pelo menos em minha lembrança de criança. E ficará fácil entender as memórias que guardo com ele. O mesmo vale para o outro palhaço. Meu pai, o maior contador de histórias que conheço, ao ler este texto terá também muitas histórias para contar. As fotos que ali estão servem de exemplo. São de minha família paterna. Sei que em uma delas está, junto com toda a família, minha bisavó Angelina grávida da tia Nunu. Isso em 1917. Dá para imaginar quanta história estas fotos podem nos contar?
Jeremy Irons, ator brilhante, disse que "Todos nós temos nossas máquinas de tempo. Algumas nos levam de volta, elas são chamadas recordações. Algumas nos levam adiante, elas são chamadas sonhos." Já não sei se tenho viajado mais ao passado ou ao futuro. Minhas recordações também me fazem seguir adiante. São os exemplos de pessoas que pretendo seguir e um dia, quem sabe, ser igual a elas.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

A festa de Babette


“Está tudo no filme A Festa de Babette. Terminado o banquete, já na rua, eles se dão as mãos numa grande roda e cantam como crianças... Perceberam, de repente, que o céu não se encontra depois que se morre. Ele acontece em raros momentos de magia e encantamento, quando a máscara-armadura que cobre o nosso rosto cai e nos tornamos crianças de novo. Bom seria se a magia da Festa de Babette pudesse ser repetida...” (Rubem Alves)

A festa de Babette não é um filme que agradará a todos. Mas, me agrada e muito. Não consegui encontrar a cena legendada. Então peço desculpas, irei me alongar um pouco. É necessário algumas explicações para que a cena possa ser compreendida em toda sua essência.
A fim de escapar da sórdida repressão da Paris de 1871, Babette desembarca na costa selvagem da Dinamarca, na pequena aldeia de Jutland. Ela procura as irmãs Martina e Philippa, senhoras muito puritanas, filhas do pastor da região, e lhes apresenta uma carta de recomendação. A carta, de um antigo professor das irmãs, pede que acolham Babette em sua casa. Por sua vez, ela pede para trabalhar como criada, tendo em troca apenas um quarto para morar. Depois de muito pensarem, principalmente pelo fato de Babette ser católica, elas terminam por aceitá-la. Em pouco tempo, Babette se integra à austera tradição protestante da comunidade.
Quatorze anos depois, ela ganha 10.000 francos na loteria, o que vai lhe permitir voltar à sua pátria. Entretanto, o inesperado acontece. Babette resolve gastar todo seu dinheiro, como agradecimento, em um jantar tipicamente francês, a fim de comemorar dignamente o centenário de nascimento do falecido pastor, mesmo que para isso tenha que passar o resto de seus dias vivendo como criada das irmãs protestantes.
Os doze convidados para o jantar, tendo sempre vivido em Jutland e sendo pessoas simples e muito religiosas, não conheciam nada sobre a culinária francesa e acreditam que estarão “em pecado” ao se deliciarem com o banquete oferecido. Então, para não desagradar Babette resolvem aceitar o convite e irão ignorar, durante toda a noite, o paladar com as comidas preparadas. A exceção é o general, sobrinho de uma das anciãs, que durante o jantar se lembra dos pratos sofisticados que eram servidos no Café Anglais, lugar onde Babette trabalhara como cozinheira.
A cena reminiscente é justamente o jantar. Como já disse não tem tradução, mas as expressões e exclamações dos convidados dão à medida da cena... Uma obra prima!
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Lembro aos amigos que estão lendo estas reminiscências no e-mail para não deixarem de acessar ao blog e assistirem o vídeo com a cena reminiscente.


terça-feira, 27 de outubro de 2009

Os trabalhadores do mar - Victor Hugo


"A religião, a sociedade, a natureza: tais são as três lutas do homem. Estas três lutas são ao mesmo tempo as suas três necessidades; precisa crer, daí o templo; precisa criar, daí a cidade; precisa viver, daí a charrua e o navio. Mas há três guerras nessas três soluções. Sai de tôdas a misteriosa dificuldade da vida. O homem tem de lutar com o obstáculo sob a forma superstição, sob a forma preconceito e sob a forma elemento. Tríplice 'ananke'* pesa sobre nós, o 'ananke' dos dogmas, o 'ananke' das leis, o 'ananke' das coisas. Na Notre-Dame de Paris, o autor denunciou o primeiro; em 'Os Miseráveis', mostrou o segundo; neste livro indica o terceiro. A essas três fatalidades que envolvem o homem, junta-se a fatalidade interior, o 'ananke' supremo, o coração humano." (Hauteville-House, março de 1866)
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* Obs.: ‘ananke’: palavra grega para necessidade, fatalidade.



Os trabalhadores do Mar. De Victor Hugo. Para quem nunca teve a oportunidade de ler Victor Hugo, o livro de 1866 é uma excelente oportunidade para conhecer um pouco sobre a obra de um gênio. Hesitei entre Os miseráveis, que também acho fabuloso e fatalmente acabarei indicando por aqui um dia destes, e Os trabalhadores do mar. Optei pelo segundo. Talvez, simplesmente por sentir certa atração pelos sentimentos mais simples e banais do ser humano. A bem da verdade, não há nada de simples e muito menos banais no ser humano escancarado por Victor Hugo em nenhuma de suas obras. Pelo menos nas quais tive a satisfação de ler (Os trabalhadores do mar, Os miseráveis e O último dia de um condenado à morte). Definitivamente, uma obra prima.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Idéias Geniais



Antes de falar sobre mais uma idéia genial, gostaria de dar algumas explicações. Alguns amigos recebem estas postagens automaticamente por e-mail. Conversando com alguns, eles relataram não ser possível ver as cenas e os vídeos no e-mail. De fato é necessário acessar ao blog para ver o vídeo com as cenas. Portanto, se você está lendo esta mensagem no e-mail acesse ao blog para ver os vídeos. Não deixem de fazê-lo...

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Mais uma idéia genial. Não é nenhuma novidade que a tecnologia, nos dias de hoje, contribuiu e muito para que as pessoas, cada vez mais, adquirissem hábitos sedentários em seu dia-a-dia. Não é preciso citar exemplos. Não seria interessante se o ser humano utilizasse de todo o conhecimento científico e tecnológico para reverter tais hábitos?
Pois uma ação, feita em conjunto pela agência de publicidade DDB e pela Volkswagen, fez exatamente isto. A idéia, brilhante, aumentou surpreendentemente o uso das escadas do metrô dos moradores de Estocolmo, capital da Suécia. As duas empresas se reuniram para criar um experimento chamado Fun Theory ("teoria divertida", em inglês), uma tentativa bem ambiciosa e pra lá de criativa. Veja o vídeo abaixo.

sábado, 24 de outubro de 2009

Ainda me lembro...



Não sei o autor do texto. Muitos já devem ter lido no e-mail ou em qualquer outro lugar. Mas achei interessante colocar aqui...

Pensando bem, é difícil acreditar que estejamos vivos até hoje!

Quando éramos pequenos, viajávamos de carro, sem cintos de segurança, sem ABS e sem air-bag!

Os vidros de remédio ou as garrafas de refrigerantes não tinha nenhum tipo de tampinha especial... Nem data de validade...

E tinham também aquelas bolinhas de gude... Que vinham embaladas sem instrução de uso.

A gente bebia água da chuva, da torneira e nem conhecia água engarrafada!

Que horror!

A gente andava de bicicleta sem usar nenhum tipo de proteção...

E passávamos nossas tardes construindo nossas pipas ou nossos carrinhos de rolimã..

A gente se jogava nas ladeiras e esquecia que não tinha freios até que descemos de cara com a calçada ou com uma árvore.

.... E depois de muitos acidentes de percurso, aprendíamos a resolver os problemas... SOZINHOS!

Nas férias, saíamos de casa de manhã e brincávamos o dia todo;

Nossos pais às vezes não sabiam exatamente onde estávamos, mas sabiam que estávamos brincando em algum lugar e não estávamos em perigo.

Não existiam os celulares! Incrível!

A gente procurava encrenca. Quantos machucados, ossos quebrados e dentes moles dos tombos!

Ninguém denunciava ninguém...Não chamávamos os pais pra resolver por nós, eram só "acidentes" de moleques: na verdade nunca encontrávamos um culpado.

A gente comia muito doce, pão com muita manteiga... Mas ninguém era obeso...
No máximo, um gordinho saudável...

Nem se falava em colesterol...

A gente dividia uma garrafa de suco, refrigerante ou até uma cerveja escondida, em três ou quatro moleques, e ninguém morreu por causa de vermes!

Não existia o Playstation, nem o Nintendo... Não tinha TV a cabo, nem videocassete, nem Computador, nem Internet... Tínhamos, simplesmente, amigos!

A gente andava de bicicleta ou a pé. Íamos à casa dos amigos, tocávamos a campainha, entrávamos e conversávamos... Sozinhos, num mundo frio e cruel...

Sem nenhum controle! Como sobrevivemos? Inventávamos jogos...

Com pedras, feijões ou cartas... Brincávamos com pequenos monstros: lesmas, caramujos, e outros animaizinhos, mesmo se nossos pais nos dissessem para não fazer isso! Os nossos estômagos nunca se encheram de bichos estranhos!

No máximo, tomamos algum tipo de xarope contra vermes e outros monstros destruidores... Um tal de óleo de rícino!

Alguns estudantes não eram tão inteligentes quanto os outros, e tiveram que refazer a segunda série.. Que horror! Não se mudavam as notas e ninguém passava de ano, mesmo não passando.

As professoras eram insuportáveis! Não davam moleza... Os maiores problemas na escola eram: chegar atrasado, mastigar chicletes na classe ou mandar bilhetinhos falando mau da professora...

Correr demais no recreio ou matar aula só pra ficar jogando bola no campinho... As nossas iniciativas eram "nossas", mas as conseqüências também! Ninguém se escondia atrás do outro...

Os nossos pais eram sempre do lado da Lei quando transgredíamos a regras!

Se nos comportávamos mal, nossos pais nos colocavam de castigo e não ficávamos sem falar com eles até eles nos darem a mesada, ou algum presente...

Sabíamos que quando os pais diziam "NÃO", era "NÃO".

A gente ganhava brinquedos no Natal ou no aniversário, não todas as vezes que ia ao supermercado...

Nossos pais nos davam presentes por amor, nunca por culpa... Por incrível que pareça, nossas vidas não se arruinaram porque não ganhamos tudo o que gostaríamos, que queríamos...

Esta geração produziu muitos inventores, artistas, amantes do risco e ótimos "solucionadores" de problemas...

Nos últimos 50 anos, houve uma desmedida explosão de inovações, tendências...

Tínhamos liberdade, sucessos, algumas vezes problemas e desilusões, mas tínhamos muita responsabilidade...

E não é que aprendemos a resolver tudo?... Sozinhos...

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Vinho nas Quintas... ou Quinta sem Lei


É... A criatividade não tem limites. Nem bem rebatizei o nome destas postagens como Quintas sem Lei e já surgiu uma nova possibilidade. Desta vez a idéia veio do amigo Fernando, que agora está sendo aguardado em uma quinta-feira qualquer (ou todas, só depende dele). O novo nome proposto foi Quinta Insana. Acho que se continuar desta maneira vou ter que fazer uma votação para escolher o melhor nome. Enquanto isso, eu e o Reinaldo continuamos por lá. Insanos, sem lei e muito satisfeitos... Nesta quinta-feira, para não perdermos o costume, a boa gastronomia e a harmonização com dois bons vinhos estava impecável.


Entrada: Iscas de frango com mussarela temperada.
Toro Savaje
Branco – 2007
Casta: Sauvignon Blanc
Álcool: 13%
De cora amarelo palha. Aromas flagrantes de marcujá, maça e vegetais. Boa acidez e razoavelmente persistente.




Prato Principal: Bife de chourizo grelhado ao alho com queijo meia cura levemente grelhado e pão de alho recheado com queijo.
Callia Alta
Tinto – 2007
Castas: Shiraz/Cabernet Sauvigno
Álcool: 14%
De cor rubi com reflexos azulados. No nariz complexo e elegante. Notas de cereja e groselhas. Na boca é cheio e encorpado com taninos maduros


Para quem gosta, como eu de um bom café, a noite terminou com um ótimo café feito na cafeteira italiana. Imperdível.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Cena Reminiscente



“Segundo a nossa religião, é pecado tirar a vida de alguém. Isso só a Deus compete. Quando houve guerras disseram-nos: Tens de lutar, tens de matar. É a única forma de preservar o bem. Mas nunca há apenas uma única forma de fazer as coisas. Lembre-se disso”. (do filme a Testemunha)

Claro, alguns filmes são inesquecíveis. Sempre que tocamos no assunto eles logo vêm à mente. Existem alguns filmes que assistimos e adoramos. Mas, com o passar dos anos acabamos deixando eles esquecidos em algum lugar de nossas mentes e acabam ficando lá, perdidos por vários anos. Não sei porque isto acontece. Enfim!
A cena desta semana foi escolhida de um destes filmes. Há muito tempo não pensava nele. E entre um canal e outro me deparei com a sua exibição em um destes canais clássicos da TV a cabo. Evidentemente, como todo filme que gosto sempre tem uma cena que de alguma maneira é especial.
O filme é A testemunha com Harrison Ford. A frase acima, extraída de um dos diálogos do filme, é dita ao garoto por seu avô enquanto este está sentado em seu colo. Poderia ter escolhido esta cena. Mas selecionei outra. A cena escolhida; bem; a cena é... é melhor você mesmo assistir...


segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Idéias Geniais



Este é outro vídeo que recebi por e-mail. Já tinha visto antes e, acredito, muitos também já tiveram a oportunidade. Algumas idéias são realmente geniais. Todo o acontecimento durou cerca de cinco minutos. Fico imaginando como foi o dia das pessoas que ali, presenciaram a cena. Certamente não foi um dia comum. Isto aconteceu em Antuérpia, Bélgica, na estação de trem, onde, numa manhã de segunda-feira, sem advertência aos passageiros que passavam pela estação, a voz de Julie Andrews soou nos alto falantes da estação, cantando Dó-Ré-Mi. Uma das músicas do filme Noviça Rebelde. Repare nos olhares perplexos das pessoas que estavam ali, naquele momento mágico. Foram 200 dançarinos e 4 semanas de ensaio, mas o resultado ficou surpreendente.

domingo, 18 de outubro de 2009

Mais de: O mundo que nós criamos



Recebi esta charge com a pergunta abaixo por e-mail. Quem mandou foi meu primo e grande amigo Marcel. Dizia no e-mail que a pergunta foi vencedora em um concurso sobre vida sustentável. Nada sei sobre tal concurso, mas daria meu voto sem pensar duas vezes. Infelizmente não sei o autor, pois adoraria dar o crédito devido. Peço desculpas. A charge muitos já devem conhecer. Ela ajuda, e muito bem, a ilustrar todo o contexto desta postagem. A mensagem que nos é passada com a pergunta deveria ecoar em todos os lares. Ou melhor, em cada cidadão...

"Todo mundo está pensando em deixar um
planeta melhor para nossos filhos...
Quando é que pensarão em deixar filhos
melhores para nosso planeta?"




"Uma criança que aprende o respeito e a honra dentro de casa e recebe o exemplo vindo de seus pais, torna-se um adulto comprometido em todos os aspectos, inclusive em respeitar o planeta onde vive..."

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Vinho nas Quintas




Após os imprevistos de percalço, os amigos mais íntimos saberão do que estou falando, o vinho nas quintas está de volta. Ainda bem! Ufa! Foi preciso apenas, até segunda ordem, alguns ajustes na seleção do cardápio. Aproveito para explicar que a partir de agora o nome desta sessão irá mudar. Deixarei de chamar nossas aventuras nas quintas-feiras de Vinho nas Quintas. Não sei explicar ao certo a origem do novo nome. Ouvi pela primeira vez através do meu irmão e este implicou meu cunhado na criação. Mas a verdade é que quando escutei achei muito mais apropriado. Portanto a partir de agora estas postagens levarão o nome de Quinta sem Lei! Sim, muito mais apropriado... E, como disse, após algumas atribulações voltamos nesta quinta. O prato escolhido para a noite foi Contrafilé com batatas assadas com ervas no azeite e arroz branco. A carne grelhada à perfeição e as crocantes batatas ajudaram a realçar o bom vinho português escolhido para harmonizar o prato. Abaixo os vinhos degustados.


ROAZ

Tinto – 2005
Estremadura – Portugal
Produtor Dão Sul
Castas: Aragonês e Castelão
Álcool: 12,5 %
Vinho de cor rubi com reflexos alaranjados, límpido e de médio brilho. No nariz é franco, com aromas de cravo da índia, tostado e madeira. Na boca é seco, boa acides. O Roaz demonstra toda a tipicidade de sua região.

CASILLERO DEL DIABLO
Tinto – 2007
Maipo – Chile
Produtor: Concha y Toro
Castas: Cabernet Sauvignon
Álcool: 14,5 %
Um cabernet sauvignon puro sangue. Cor rubi intensa e aromas fragrantes e agradáveis de Amora, cassis. Encorpado e equilibrado. Um autêntico novo mundo. Ver Ficha Técnica

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Contando Causos



Eu doido pra criar fama, fui pra o Rio de Janeiro, passei lá cinco semanas trabalhando de pedreiro, voltei com um palavreado, com um chiadeiro danado – Cara, Meu, Qual é a sua, Corta essa meu irmão, Fica frio aí negão, vou dar um “ taime “ na rua.

Quando eu chegava no sítio, o povo todo corria, como ele fala bonito era o que as “muié “ dizia, na casa adonde eu morava, o povo todo se ajuntava pra mode ver eu falar, e toda festa que tinha, não tendo a presença minha, ninguém queria ficar. Casamento, batizado, vaquejada, cantoria, missa , novena e reisado se eu não fosse, ninguém ia.

Certa vez lá na rajada tinha uma missa marcada, mas o padre adoeceu e o diabo do sacristão inventou a invenção de se alembrar logo de eu. Me chamou assim num canto e começou a cochichar , ele foi logo dizendo, garante que você sabe rezar, mas tá faltando a batina, vamos lá em Severina, pra ver o que agente faz , e me deu um vestidão frouxo só porque era meio roxo , disse assim, tá bom de mais.

Quando vesti o vestido, a outra roupa tirei, fiquei meio desprevenido mais na hora nem notei, que o bicho era meio fino e assim mesmo fui saindo em precura da capela, quando cheguei no altar, que comecei a rezar, foi a maior esparrela. O povo todo estranharo quando eu subi no altar, umas véia cochicharam e outras pegaram a mangar, e Chica de Carabina quando viu minha batina comentou com Bastiana, Deus me perdoe se quiser, mais é a cópia fié da camisola de Joana.

E eu tô lá no altar de batina transparente, continuei a rezar, toquei a missa pra frente, pra acabar de completar, na hora que eu fui pegar a bíblia não encontrei, e pra evitar a demora, uns livros véi de escola, que tinha assim eu peguei. Abri os livro e fui lendo uma perguntas que tinha, e as muié respondendo em forma de ladainha –
- Onde que tá o feijão?
- E as muié, no caldeirão.
- E o arroz?

- Tá na cantina.
- E a lingüiça tá no cordão?
- E as muié disseram, não tá de baixo da batina.

Eu ia me encabulando, mais disfarcei e segui lendo, continuei perguntando e as muié respondendo. Eu só me incabulei, na hora que perguntei, confesso que sem malícia,
- E os Coco, tá no pé?
- E as muié disseram é, tá no pezinho da lingüiça.

Fiquei todo encabulado, perdi da missa o roteiro, lembrei do palavreado lá do Rio de Janeiro, peguei a falar bonito, mais fui cantar um bendito, errei e cantei um samba, mais óia eu só me lasquei, na hora que eu chamei Jesus Cristo de caramba. Me cobriram na porrada entrou até a polícia, acertaram uma paulada mermo em riba da lingüiça, fiquei todo arrebentado, uns cinco dente quebrado, foi primeira sem Segunda, me soltaram sem demora, saí estrada a fora, que os pés batiam na bunda.

Foi uma surra da gota, porém serviu de lição, com medo de levar outra, não ando mais no sertão, chiando ou cantando samba, e ao invés de dizer caramba agora só digo oxente , e só converso arizia , pruqê, prumode, pruvia que é a língua da gente.

Amazan – Campina Grande - PB
Poema recontado por Alexandre Rocha Sales
Professor de Educação Física e Pesquisador em Cultura Popular

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Cenas Reminiscentes




“Até agora não entendo como medir a vida de alguém. Mas posso dizer isso: Sei que quando morreu seus olhos estavam fechados e seu coração estava aberto.” (do filme Antes de Partir)

A cena desta semana foi tirada de um filme bem recente. Antes de partir (veja ficha técnica) é um filme que nos faz pensar na vida. Uma de minhas cenas preferidas é um diálogo, no topo de uma pirâmide, entre os protagonistas Jack Nicholson e Morgan Freeman. No diálogo, Freeman conta que os antigos egípcios tinham uma bela crença sobre a morte. Quando as almas deles chegavam ao paraíso os deuses perguntavam duas coisas. As respostas determinariam se eles entrariam ou não. A primeira pergunta é: Encontrou alegria na sua vida? A segunda: Você proporcionou alegria aos outros? Mas, após muito relutar não foi a cena que escolhi como cena reminiscente. Optei pela cena final do filme. A mensagem passada na leitura da carta exprime com muita propriedade a mensagem do filme. Todos, antes de partir, deveriam assistir ao filme.


segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Dica de Filme







Um dia desses, na escola, o Jorge (amigo, professor e cinéfilo) me indicou um filme. Era Watchmen. Demorei um pouco para conseguir assistir ao filme. A espera valeu e foi recompensada.
Quem me conhece sabe que tenho uma veia prá lá de saudosista. Watchmen é um filme moderno. Ele utiliza, com maestria e como poucas vezes encontrei em um filme, efeitos de última geração, cenas computadorizadas e tudo mais que os tempos atuais podem oferecer. Claro, o filme também agrada e muito minha veia nostálgica.
O filme, de Zack Snyder, possui elementos que adoro encontrar ao assistir um filme. Em primeiro lugar: a ótima trilha sonora. Não só pela escolha das músicas como pela maneira que ela está integrada ao filme. Em segundo, o cuidado do diretor com os detalhes de cada cena. Um detalhe pode fazer toda a diferença. Pode não; faz toda a diferença. A primeira cena do filme , de cara anuncia o que vem pela frente.
O Filme, baseado na história em quadrinhos escrita por Alan Moore e ilustrada por Dave Gibbons, é um novo Cult do cinema. Pelo menos em minha modesta opinião. Erico Borgo, no site Omelete, fez uma crítica ao filme que assino em baixo em todos os sentidos. Então, nada melhor que as palavras de Borgo para entendermos melhor o filme: “Como a própria graphic novel, Watchmen - O Filme não é uma experiência para ser digerida de uma única vez. É o tipo de obra que exige amadurecimento e análise. Correndo o risco de parecer um vidente charlatão, acredito que estamos diante do Blade Runner de nosso tempo, um filme que será duramente criticado enquanto durar nas telas, mas que será reverenciado futuramente, quando a poeira assentar e o processamento das idéias ali contidas forem esmiuçados em livros e artigos. O cineasta fez o que muitos consideravam impossível - não apenas transformou a brilhante história de Alan Moore e os traços clássicos de Dave Gibbons em um filme, mas manteve intactas suas ideias. Watchmen, afinal, é muito mais do que um gibi de super-heróis, é um universo de discussões sociais, morais, artísticas, bélicas, governamentais... humanas.” (clique para ver artigo completo)


sábado, 10 de outubro de 2009

Vintes anos depois no sofá


Os amigos, leitores frequentes destas reminiscências, certamente já ouviram falar do blog Turma do Amigão. Se ainda não conhecem mais uma vez recomendo. Não só pela qualidade do blog., mas desta vez em particular, o blog estará publicando no sofá do amigão, um texto de minha autoria. São mais algumas reminiscências que gostaria de dividir com os amigos. O sofá é um espaço reservado para receber amigos e convidados. E, neste sábado, o amigo e convidado fui eu. O endereço do blog Turma do amigão é: www.turmadoamigao.blogspot.com


sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Mais de: O mundo que nós criamos...

É realmente incrível. A cada dia entendo menos nossa sociedade. Em uma escola da Vila Mariana, uma sala inteira do Ensino Médio foi suspensa. Um aluno colocou fogo no lixo. Sobrou para a turma toda e a punição foi em forma de rodízio (Clique para ver a reportagem).
A polêmica está na punição. Foi correta ou não? Para punir a sala toda, acredito, não foi possível saber o autor de tamanha façanha. A reportagem também não se preocupou em averiguar. Ninguém comentou. Enfim, não quero falar sobre a punição. O que me assusta é a atitude de todos os envolvidos na matéria exibida no SP TV 1ª edição no dia 08/10/2009. Os alunos estavam indignados; iriam perder as aulas. Estavam indo à escola para estudar e estavam sendo impedidos. Uma até citou a gripe suína e o período de aula perdido. Mas me pergunto: quem estava preocupado quando o aluno colocou fogo no lixo? Será que estes alunos também se indignaram? Certamente um lixo pegando fogo também estava atrapalhando a aula, ou não? Os pais também estavam indignados. E a repórter? Veja o vídeo e me diga para quem ela perguntou sobre o incidente?. Quem foi? Quem deveria receber a punição? Não deveria ter punição? Nada deveria ser feito? Provavelmente o autor também deu uma declaração indignado! Ainda apareceu na TV. Eu estou indignado! Sei que existe um código de ética (se podemos chamar assim) entre os alunos. Ninguém será o “dedo duro”. Sou capaz de aceitar isso. Mas então que todos assumam a punição. Ou quem for contra que aponte o culpado. Na reportagem alunos estavam sendo entrevistados pela janela. A jornalista não se preocupou em estar atrapalhando as aulas?
A minha indignação maior não é com os alunos. São jovens. É... pelo jeito os pais não podem aceitar uma direção escolar que pune os alunos. Mas aceitam seus filhos em uma sala de aula aonde os amigos colocam fogo no lixo. É... deve ter sido um acidente. Mais será que alguém não poderia ter perguntado: quem foi? Acho que somente a diretora se preocupou em saber. E não encontrou respostas.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Cenas Reminiscentes

Por motivo muito alheio à minha vontade, atrasei um pouco as postagens no blog esta semana. Recuperado, tudo volta ao normal.
Um lugar chamado Notting Hill é um filme que gosto muito. Quem já viu sabe que não tem nada de especial. Mas a idéia deste espaço não é de exibir apenas cenas extraídas de obras-primas da sétima arte. Muito pelo contrário, as cenas escolhidas são escolhidas de maneira muito pessoal. A cena escolhida do filme é de muita criatividade. Para falar a verdade, brilhante. A idéia é mostrar a passagem do tempo e notem a maneira utilizada para este objetivo.

Obs.: Clique sobre o nome do filme no texto para ver a ficha técnica




quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Dica de Livro

“eu estava do lado certo, isso bastava para a paz da minha consciência. O sentimento do direito, a satisfação de ter razão, a alegria de nos estimarmos a nós próprios são, meu caro senhor, impulsos poderosos para nos manter em pé ou nos fazer avançar. Pelo contrário, privar os homens desses impulsos poderosos é transformá-los em cães raivosos.” (Albert Camus – A queda)

Espere! Leia novamente o texto acima; agora com um pouco mais de calma. Acredito que estas palavras podem fazer toda a diferença. Fazem na minha vida. A certeza de estar do lado certo e fazendo as coisas corretamente podem ser suficientes para nos fazer seguir em frente. Mesmo quando nos dizem o contrário. Mesmo quando vemos as coisas erradas. Talvez esta seja a única maneira de não nos transformarmos em cães raivosos.
A queda (1956). O livro de Albert Camus, autor de O estrangeiro e A peste, segundo João Domenech Oneto “é talvez a mais penetrante, mais pessoal de suas obras de criação... O narrador faz uma grande denúncia da própria natureza humana misturada a um penoso processo de autocrítica. O homem que fala em A queda se entrega a uma confissão calculada... Onde começa a confissão e onde começa a acusação? É a reação do homem que aceita e assume suas responsabilidades pelos erros da humanidade. Mas que não quer fazê-lo sozinho, que deseja ver cada um de nós fazer o mesmo. Aquilo que o homem suporta com mais dificuldade é ser julgado. Cinquenta anos depois, A queda continua sendo um livro fundamental.”