quarta-feira, 28 de outubro de 2009

A festa de Babette


“Está tudo no filme A Festa de Babette. Terminado o banquete, já na rua, eles se dão as mãos numa grande roda e cantam como crianças... Perceberam, de repente, que o céu não se encontra depois que se morre. Ele acontece em raros momentos de magia e encantamento, quando a máscara-armadura que cobre o nosso rosto cai e nos tornamos crianças de novo. Bom seria se a magia da Festa de Babette pudesse ser repetida...” (Rubem Alves)

A festa de Babette não é um filme que agradará a todos. Mas, me agrada e muito. Não consegui encontrar a cena legendada. Então peço desculpas, irei me alongar um pouco. É necessário algumas explicações para que a cena possa ser compreendida em toda sua essência.
A fim de escapar da sórdida repressão da Paris de 1871, Babette desembarca na costa selvagem da Dinamarca, na pequena aldeia de Jutland. Ela procura as irmãs Martina e Philippa, senhoras muito puritanas, filhas do pastor da região, e lhes apresenta uma carta de recomendação. A carta, de um antigo professor das irmãs, pede que acolham Babette em sua casa. Por sua vez, ela pede para trabalhar como criada, tendo em troca apenas um quarto para morar. Depois de muito pensarem, principalmente pelo fato de Babette ser católica, elas terminam por aceitá-la. Em pouco tempo, Babette se integra à austera tradição protestante da comunidade.
Quatorze anos depois, ela ganha 10.000 francos na loteria, o que vai lhe permitir voltar à sua pátria. Entretanto, o inesperado acontece. Babette resolve gastar todo seu dinheiro, como agradecimento, em um jantar tipicamente francês, a fim de comemorar dignamente o centenário de nascimento do falecido pastor, mesmo que para isso tenha que passar o resto de seus dias vivendo como criada das irmãs protestantes.
Os doze convidados para o jantar, tendo sempre vivido em Jutland e sendo pessoas simples e muito religiosas, não conheciam nada sobre a culinária francesa e acreditam que estarão “em pecado” ao se deliciarem com o banquete oferecido. Então, para não desagradar Babette resolvem aceitar o convite e irão ignorar, durante toda a noite, o paladar com as comidas preparadas. A exceção é o general, sobrinho de uma das anciãs, que durante o jantar se lembra dos pratos sofisticados que eram servidos no Café Anglais, lugar onde Babette trabalhara como cozinheira.
A cena reminiscente é justamente o jantar. Como já disse não tem tradução, mas as expressões e exclamações dos convidados dão à medida da cena... Uma obra prima!
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Lembro aos amigos que estão lendo estas reminiscências no e-mail para não deixarem de acessar ao blog e assistirem o vídeo com a cena reminiscente.


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