terça-feira, 27 de outubro de 2009

Os trabalhadores do mar - Victor Hugo


"A religião, a sociedade, a natureza: tais são as três lutas do homem. Estas três lutas são ao mesmo tempo as suas três necessidades; precisa crer, daí o templo; precisa criar, daí a cidade; precisa viver, daí a charrua e o navio. Mas há três guerras nessas três soluções. Sai de tôdas a misteriosa dificuldade da vida. O homem tem de lutar com o obstáculo sob a forma superstição, sob a forma preconceito e sob a forma elemento. Tríplice 'ananke'* pesa sobre nós, o 'ananke' dos dogmas, o 'ananke' das leis, o 'ananke' das coisas. Na Notre-Dame de Paris, o autor denunciou o primeiro; em 'Os Miseráveis', mostrou o segundo; neste livro indica o terceiro. A essas três fatalidades que envolvem o homem, junta-se a fatalidade interior, o 'ananke' supremo, o coração humano." (Hauteville-House, março de 1866)
_____________________________
* Obs.: ‘ananke’: palavra grega para necessidade, fatalidade.



Os trabalhadores do Mar. De Victor Hugo. Para quem nunca teve a oportunidade de ler Victor Hugo, o livro de 1866 é uma excelente oportunidade para conhecer um pouco sobre a obra de um gênio. Hesitei entre Os miseráveis, que também acho fabuloso e fatalmente acabarei indicando por aqui um dia destes, e Os trabalhadores do mar. Optei pelo segundo. Talvez, simplesmente por sentir certa atração pelos sentimentos mais simples e banais do ser humano. A bem da verdade, não há nada de simples e muito menos banais no ser humano escancarado por Victor Hugo em nenhuma de suas obras. Pelo menos nas quais tive a satisfação de ler (Os trabalhadores do mar, Os miseráveis e O último dia de um condenado à morte). Definitivamente, uma obra prima.

Nenhum comentário: