sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Dublinenses...


A idéia veio de uma mania minha. Quem me conhece sabe que não apenas sou um leitor inveterado como também possuo muitos livros. Invariavelmente tenho como costume abrir um livro em uma página qualquer e ler o seu conteúdo. Não me pergunte a razão. Não existe nenhuma. Por motivos óbvios, adotarei sempre a página 72 de qualquer livro para transcrever seu conteúdo aqui no blog.. Talvez a idéia não seja das melhores, mas vamos ver para onde ela nos levará. Não escolherei o conteúdo. Pegarei um livro e abrirei na página 72. Simples assim. Vejamos o que acontece.

Do livro: Dublinenses de James Joyce

“(...) revoltava-se contra a sombria deselegância da rua Capel. Não havia dúvida: para vencer na vida é preciso audácia. Em Dublin nada se podia fazer. Ao atravessar a ponte Grattan, olhou para o rio, na direção das docas mais distantes, e sentiu pena dos casebres raquíticos. Pareciam um bando de mendigos amontoados nos barrancos do rio, com seus velhos capotes cobertos de poeiras e fuligem, como que entorpecidos pela visão do crepúsculo, aguardando o primeiro sopro da noite para levantarem-se, sacudirem o pó e partirem. Conseguiria expressar esta idéia num poema? Talvez Gallaher pudesse publicá-lo num jornal de Londres. Seria capaz de escrever alguma coisa original? Ainda não estava certo do que deseja expressar, mas a sensação de ter sido tocado por um momento poético despertou dentro dele uma tênue esperança. Intrepidamente, retomou seu caminho.” P. 72

Um comentário:

Anônimo disse...

Estava com saudades da "página 72", e esta foi demais.
kkkkkkkkkk