domingo, 3 de março de 2013

Fauja Singh




“O que verdadeiramente somos 
é aquilo que o impossível cria em nós”. (Clarice Lispector)

Reza a lenda que no ano de 490 a. C., Filípedes, soldado grego liderado pelo general Milcíades, foi enviado à Atenas para levar a notícia da vitória contra os persas às esposas dos soldados atenienses. Após percorrer cerca dos 42 km que separavam as planícies de Marathónas a Atenas, o jovem soldado, extenuado, conseguiu ao chegar, dizer apenas “vencemos” e então caiu morto.

Cerca de 25 séculos depois do feito de Filípedes, uma multidão de jornalistas, familiares, amigos e simpatizantes estavam aguardando Fauja Singh. O homem de cem anos que entrou para a história da maratona após 8 horas, como o homem mais velho do mundo a completar uma prova de 42km. Sim! Cem anos!
Após perder as duas pessoas que mais amava, decidiu viver com o seu outro filho, que vivia no Reino Unido. Sua vida mudou. Para combater a depressão e o isolamento num país onde não conhecia nada, nem ninguém, Fauja começou a correr. E quis o destino que, acidentalmente, cruzasse com um antigo campeão olímpico que decidiu treiná-lo. Após o feito, indagado sobre como conseguia correr com essa idade, Singh disse: “Dou um passo de cada vez”.
Diz os textos judaicos: “O milagre não prova o impossível; serve, apenas, como confirmação do que é possível”. Talvez aí se encontre a grande lição de Fauja Singh. Para dar um passo de cada vez, é preciso dar o primeiro passo. Iniciativa, ousadia, coragem, decisão. Atitude. No filme Compramos um zoológico, baseado nas memórias de Benjamin Mee, escutei a seguinte frase: “Sabe, às vezes tudo que você precisa é de vinte segundos de coragem extrema. Sério, vinte segundos de bravura vergonhosa. E eu te juro que algo ótimo vai acontecer”.
Victor Hugo tinha razão, “Chega sempre a hora em que não basta apenas protestar: após a filosofia, a ação é indispensável”. Mova-se!

Um comentário:

Anônimo disse...

Emerson, muito bom o texto.
Henri