terça-feira, 25 de novembro de 2008

Histórias de infância...

A infância sempre nos trás recordações... Meu amigo José Ayrton, o amigão, escreveu em seu blog um texto realmente emocionante. Recomendo.

www.turmadoamigao.blogspot.com

Não deixe de ler...

As possibilidades do corpo


Tenho falado pouco sobre Educação Física. Talvez por ela estar tão presente em meu dia-a-dia. Escrevi este texto já têm uns dez anos. Estava guardado. Nem sei porque...

Historicamente, sempre fomos levados a nos enxergarmos de forma dicotômica, ou seja, separando-nos em duas partes: corpo e mente.
Somos corpo – e num sentido integral, sem dualismo. Através do corpo expressamos nossa cultura. Pelo corpo nos relacionamos e entramos em contato com o outro. Com o corpo nos diferenciamos. Cada vez mais evidencia-se a necessidade de valorizarmos nossa corporeidade. Esta valorização não deve ser compreendida somente no tangente aos aspectos biológicos e fisiológicos, mas também aos sociológicos, psicológicos e culturais.
Para Santin (apud Gallardo, 1998, p. 28) “O que revela a grandiosidade do corpo é percebê-lo como a própria existência do homem no mundo.(...)” Não devemos pensar em corpo como em uma máquina. O corpo-objeto. Pensemos de maneira a transcender esta visão arraigada de estigmas impostos por uma sociedade que por muitos anos valorizou somente os aspectos relacionados a mente. Pensemos no corpo-sujeito. Não devemos manifestar apenas os aspectos relacionados à saúde e à padrões estéticos, e sim em todas as possibilidades que nos são oferecidas através da nossa relação com o corpo no mundo.
Lanço um primeiro desafio: Paremos por um segundo e pensemos sobre estas diversas possibilidades. Quais são elas? Agora, faça a mesma coisa, mas utilizando o corpo para tentar encontrar as respostas. Experimente. Vivencie.
Em Imagens da educação no corpo, Soares (1998, p. 17), nos diz que “Os silêncios contidos nos gestos esboçam imagens que devem ser internalizadas em posições e comportamentos.” Do dicionário: Gesto - movimento corporal para se comunicar com outrem; mímica; Ação; Ato; Atitude. Através do corpo estamos em constante comunicação. Mas será que nos damos conta disto? Cada um de nós temos maneiras diferentes de nos expressarmos. A nossa linguagem corporal é intrínseca à nossa cultura e esta é adquirida através de vivências. Todos nós utilizamos desta linguagem a todo momento e dificilmente somos compreendidos. Ou pior, somos mal interpretados. Você já tentou interpretar a linguagem corporal a qual estamos em contato diariamente?
Lanço agora, um segundo desafio: Procure observar qual a linguagem falada pelas pessoas através do seu corpo. Fique atento nos locais mais diversos possíveis. Em casa, no trabalho, no metrô, na escola, etc... Não faça apenas uma vez. Torne esta prática um hábito.
É preciso conhecermos o nosso corpo. Mas, também é fundamental que nos percebemos enquanto corpo. É imprescindível que tomemos consciência do nosso corpo.



REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Freire, J. B. (1994). Dimensões do corpo e da alma. In E. H. M. Dantas (Orgs.) Pensando o corpo e o movimento. (pp. 31 – 45) São Paulo: Shape.
Gallardo, J. S. P. (1998). A criança em movimento. São Paulo: FTD.
Soares, C. (1998). Imagens da educação no corpo. Campinas, SP: Autores Associados.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Há tempos...


"E há tempos
Nem os santos têm ao certo
A medida da maldade
E há tempos são os jovens
Que adoecem
E há tempos
O encanto está ausente
E há ferrugem nos sorrisos
Só o acaso estende os braços
A quem procura
Abrigo e proteção..."
(Renato Russo)

sábado, 8 de novembro de 2008

O que esperar?

Henry Miller escreveu que: “Nunca a condição da humanidade no seu conjunto foi tão ignóbil como hoje. Estamos todos ligados uns aos outros por uma igniminiosa relação de senhor e servo; todos presos no mesmo círculo vicioso entre julgar e ser julgado; todos empenhados em destruir-nos mutuamente quando não conseguimos impor a nossa vontade. Em vez de sentirmos respeito, tolerância, bondade e consideração, para já não falar em amor, uns pelos outros, olhamo-nos com medo, suspeita, ódio, inveja, rivalidade e malevolência. O nosso mundo assenta na falsidade. Seja qual for a direção em que nos aventuremos, a esfera de atividade humana em que nos embrenhemos, não encontramos senão enganos, fraudes, dissimulação e hipocrisia... O homem que confessa os seus pecados, os seus crimes ou os seus erros nunca é o mesmo que os cometeu.”
O texto, da obra "O Mundo do Sexo”, foi escrito em 1941. Dá para imaginar? Será que estamos mesmo evoluindo? Já se passaram setenta anos! Aposto que leu o texto acima e estava concordando que realmente hoje, a condição da humanidade se apresenta desta forma. Setenta anos! Não quero parecer pessimista. Juro que não era minha intenção. Mas, o que devemos esperar?