terça-feira, 23 de junho de 2020

Parte 45 – Quadragésimo quinto contato


Não é realmente incrível? Eu falava sobre mais um dia e veja você. Eu sei, você não pode ver. Se você soubesse. Se alguém soubesse! Nem mesmo eu... Não importa. Fico pensando que minhas palavras para você ao longo desses anos, por mais que pouco ou nada revelassem já seriam algo para me agarrar. Estou mais cego do que você. Sempre estive. E talvez por essa razão, encontrei uma maneira de chegar até você. Posso ajudá-lo. E Você? Pode me ajudar?

Não, não tem uma maneira de você chegar até mim. E a única forma de você me ajudar é não me deixando esquecer de tudo que venho tentando ensinar para você. Eu sei. Não vou. Jamais o faria. Aprendi.

 Uma coisa não mudou, posso garantir. Se não fizer meu sangue ferver e meu coração bater mais rápido, nem levanto. Do contrário, seríamos como a maioria e nos entregaríamos ao que queremos no futuro e não viveríamos a vida que está passando. E não é o futuro a consequência dessa vida vivida hoje? Sim, sempre soubemos. Nos entregamos ao agora. “Para ver o mundo num grão de areia. E o céu numa flor silvestre. Segurar o infinito na palma da mão e a eternidade em uma hora.” Ah! Blake! Um inconformado por natureza. Incompreendido. Um contestador da razão. Louco? Não somos todos? Ele já sabia. Sou repetitivo. É para você não esquecer. Leia. Releia. O assunto se repete. A vida não.

Você deve estar se perguntando se estou em pé ou continuo sentado? A você cabe apenas continuar por aí. Não há nada que possa fazer. Algumas coisas não tem explicação. Ou talvez tenham, e a explicação seja mais difícil de entender. E quem precisa entender? Então você não sente? É realmente tão difícil assim? Eu sei. Para valer a pena...

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