domingo, 22 de outubro de 2017

The Joshua Tree Tour - U2


"Seja forte e destemido, porque farás este povo
 herdar a terra que a seus pais jurei dar-lhes." 
(Josué, 1:6, KJV)



           É coisa de fã. Não poderia ser diferente. Mesmo que você seja apenas fã de música. Nesse caso já é suficiente. Mas no meu, sou também da banda. O que torna tudo mais espetacular.
            Eu já era fã do U2 quando em 1987 eles lançaram The Joshua Tree. Para muitos o melhor álbum da banda. O meu preferido? Não consigo apontar um. Tenho três preferidos. Coisa de fã. E agora, 30 anos depois, tenho a oportunidade de assistir pela quarta (ou seria quinta? *) um show do U2. Este em comemoração ao aniversário de lançamento do álbum.
            Joshua Tree, a árvore assim batizada cujo os ramos remetem ao profeta do Velho Testamento Josué, levantando os braços para orar. Para quem já assistiu ao show e conhece as características do U2, fica fácil associar o álbum e a nova turnê com o “mundo atual”. Como o Blog Sombra e árvores altas explica, “em todo The Joshua Tree, somos confrontados com a desolação de uma paisagem deserta, imensa, atemporal; e com uma nação de progresso e opressores, em um lugar onde sonhos e violência coexistem”. Pois é. O álbum completa 30 anos...
O show começa como se uma modesta banda, com os quatro integrantes do U2 entrando no palco, sem nenhum aparato tecnológico, estivessem em War Tour ou The Unforgettable Fire Tour, ainda no início dos anos 80 e então a inconfundível batida de Sunday Bloody Sunday começa a ecoar no Morumbi. New Year´s Day, Bad e Pride... e, um salto de trinta anos e um gigantesco telão de alta resolução ilumina o estádio e os acordes de Where the Streets Have no Name são ouvidos anunciando o início da setlist das canções do álbum The Joshua Tree (1987) interpretado na íntegra e em ordem.
            Para este fã, o resto são apenas sentimentos e não palavras. De alguma maneira, todo mundo viu. Em contraponto ao telão, inúmeras telinhas faziam questão de registrar tudo e o resto a mídia social contou...
            
* Assisti um deles duas vezes.

domingo, 8 de outubro de 2017

Raízes do tempo



Dizia Ovidio que "... o fogo incipiente, apaga com pouca água" 

              Um dia decidi me dar por vencido: renunciei ao meu trabalho, à minha relação e à minha vida. Fui ao bosque para falar com um ancião que, segundo diziam, era muito sábio.

– Poderia me dar uma boa razão para não me dar por vencido? – perguntei.

              Com toda calma e paciência, muito provavelmente resultado de toda sua sabedoria adquirida através dos anos ele respondeu:

– Olhe ao seu redor, está vendo a samambaia e o bambu?

– Sim – respondi sem entender. O que há de mais em uma simples samambaia e um punhado de bambus? O ancião, percebendo meus pensamentos continuou:

– Quando plantei as sementes da samambaia e do bambu, cuidei de ambas muito bem. A samambaia cresceu rapidamente. O seu verde brilhante cobria o chão. Mas nada saiu da semente do bambu. Contudo, não renunciei ao bambu.

No segundo ano a samambaia cresceu mais brilhante e abundante e, novamente, nada cresceu da semente de bambu. Mas não desisti do bambu.

No terceiro ano, ainda nada brotou da semente de bambu. Mas não renunciei ao bambu.

No quarto ano, novamente, nada brotou da semente de bambu e mesmo assim não desisti dele.

No quinto ano um pequeno broto de bambu apareceu no solo. Em comparação à samambaia era aparentemente muito pequeno e insignificante.

Mais um ano se passou e então, no sexto ano, o bambu cresceu mais de 20 metros de altura. Tinham se passado já cinco anos lançando raízes que o suportassem. Aquelas raízes o fizeram forte e lhe deram o que precisava para sobreviver.


Você sabia que durante todo esse tempo o bambu esteve, na verdade, lançando raízes?