segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Parte 5 - Quinto contato




Na verdade, de quando escrevo. Estou dando voltas, não quero tirar-lhe o chão de uma vez. Como falei no início da carta, você está com catorze anos. Eu, com trinta e sete. Por mais absurdo que possa parecer, talvez já tenha compreendido o que está acontecendo. Se ainda não, já é hora de saber. Para continuarmos, você precisa conhecer a verdade. Espero que não fique chocado. Conhecendo você, duvido muito. Sem enrolar mais, digo a você o que talvez já desconfie. Somos a mesma pessoa. Estamos separados vinte e três anos no tempo. Pode parecer clichê, mas eu sou você amanhã. Não me pergunte como isso é possível. Também não tenho a menor idéia. Em 2009, viagens no tempo ainda não são possíveis. Digo ainda, pois se você está lendo esta carta significa que em algum lugar no futuro será possível alcançarmos o passado. A idéia de lhe escrever me ocorreu e o fiz sem saber ou mesmo acreditar que um dia esta carta chegaria à suas mãos. Também não sei quem conseguiu lhe enviar esta carta. Nem como ou quando foi possível fazê-lo. Quem sabe?
Você não faz idéia de quantas coisas gostaria de falar. Talvez possa imaginar. Tenho, muitas vezes, que frear meu ímpeto ao escrever e não contar alguma coisa que você mesmo precise descobrir. Mas, já falei sobre isso anteriormente. As experiências que serão vivenciadas por você no futuro, são muito importantes e deverão ser vividas intensamente. Mas, tenho muito a lhe dizer. Talvez, com a sua ajuda, possamos exorcizar alguns fantasmas. Talvez, agora, acredito ser necessário dar-lhe um tempo para assimilar melhor o que acabo de contar. Mudarei um pouco de assunto. Você deve estar precisando, urgentemente, respirar. Não tente achar respostas. Fico pensando o que devo fazer para você acreditar em mim. Acredite, esta é a pura verdade.



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