terça-feira, 28 de setembro de 2010

Ponto de vista... Ou vista de um ponto...

“O esforço da mente para se manter livre de todo tipo de submissão, manter-se curiosa, aberta, insaciável em todas as suas relações com a natureza — é dez vezes mais difícil que o cultivo de um ponto de vista estável e satisfatório, mas é milhares de vezes mais precioso."
(Gardner Murphy)





sábado, 25 de setembro de 2010

Há momentos... de Clarice Lispector


Reticências. Três pontos. Do latim: reticere (calar alguma coisa). Indica pensamento ou idéia que ficou por terminar. Omissão de algo que podia ser escrito. Mas não foi. Reticências.

Já postei este texto aqui no blog antes. Certamente, também não será esta a última. Lembrarei dela sempre. Amigo reminiscente não se engane. Não me lembro deste texto de maneira nostálgica. Sei que parecerá. Não é minha intenção. Também não costumo explicar meus textos e postagens. Deixo sempre a interpretação por conta do amigo leitor. Enfim! Dia de exceções. Dia de voltar a respirar. Dia de lembrar a vida. Lembrei de Clarice. Há momentos. Sempre recordo destas palavras. A vida são estes momentos. Mais uma vez: não se enganem. Reticências.

Há Momentos

Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.


Sonhe com aquilo que você quiser. Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance de fazer aquilo que se quer.


Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas. Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.


A felicidade aparece para aqueles que choram. Para aqueles que se machucam. Para aqueles que buscam e tentam sempre. E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas.


O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido. Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado.


A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade. A vida não é de se brincar porque em pleno dia se morre.


(Clarice Lispector)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O melhor de mim... por Paulo Roberto Gaefke



Entrelinha poderia ser definida como o espaço entre duas linhas. Simples. Mas nada é simples. O sentido implícito. O que não foi escrito ou falado. Então, interpretamos. E, tratando-se de interpretação, cada um tem a sua. Assim, encontre-se na entrelinhas...

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Sofremos pelo que não temos, e muitas vezes, pelo que acreditamos que era nosso, e na verdade, nunca foi.
Sofremos, pela incerteza do amanhã que não nos pertence, mas que tentamos controlar.
Sofremos pelas amizades e afinidades que tentamos dominar, possuir sem medidas, e que se afastam de nós.
Sofremos pela doença que podemos ter, pela gripe que pode virar bronquite, e nos abatemos.
Sofremos pelo medo do imponderável, pelo que não podemos medir, pelo que não vemos, mas as vezes, podemos ouvir, e nos trancamos.
Sofremos pelas nossas faltas, e nos abatemos com as dificuldades que criamos, e estagnamos.
Por isso, as notas que não tiramos, as provas que não passamos, os amores que não vivemos, o abraço que perdemos, os cadernos amarelados, os cheiros da infância, a velha chupeta guardada ou perdida, são doces lembranças, mas até nelas, sofremos.
Sofremos, porque não queremos nada simples, nem simplesmente viver, em simplesmente amar.
Temos medo de nos entregarmos definitivamente ao amor, medo de sofrer uma dor maior, por isso, sofremos, até pelo que não sabemos.
E hoje, sabendo que o sofrer é uma antecipação da dor que nem sempre viveremos, vou procurar conquistar aquilo que realmente me cabe, e se a dor me visitar, vai me encontrar mais forte, porque tenho a exata medida de tudo o que já passei, e sou o fruto maduro dessa árvore chamada, vida.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Retorno a inocência - Enigma


"A verdadeira imagem do passado perpassa, veloz.
O passado só se deixa fixar como imagem que relampeja irreversivelmente,
no momento em que é reconhecido.”
(Walter Benjamin)

Alinhar ao centro
O que importa é viver hoje. Não deixar nada para depois. Já ouvi frases parecidas com estas inúmeras vezes. Gonzalo T. Ballester, professor, romancista, crítico literário e teatral, dramaturgo e jornalista espanhol, disse que "Nem o passado existe nem o futuro. Tudo é presente". Podemos concordar ou não. A cada um de nós cabe a decisão. Por apenas alguns minutos, pare e veja o vídeo. Pense um pouco em sua vida. E então...




domingo, 19 de setembro de 2010

Quebrando regras


"Qualquer coisa que você
possa fazer ou sonhar,
você pode começar.
A ousadia tem genialidade, poder e magia em si.”
(Johan Wolfgang Von Goethe)


Pense em um casamento dos sonhos? O lugar, a música, o vestido... Tudo perfeito! Um casamento dos sonhos não precisa seguir os padrões estipulados por uma determinada cultura ou sociedade. Não há regras. Ou pelo menos, não deveria. Como afirmou Goethe, a ousadia tem genialidade...



quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O significado das bananas


Ralph Waldo Emerson, famoso escritor, filósofo e poeta americano, escreveu: "Com o passado, eu não tenho nada que fazer; nem com o futuro. Eu vivo agora." Não podemos prever o futuro. Claro que não. Recebi de uma amiga um texto simples. Com um significado gigante. Não é preciso explicar muito. Na verdade não é necessário explicar nada.

Um amigo meu resolveu passar algumas semanas num mosteiro do Nepal. Certa tarde entrou num dos muitos templos do mosteiro. Encontrou um monge sentado no altar e sorrindo.
- Por que o senhor sorri?
- Porque entendo o significado das bananas. Abriu a bolsa que carregava e tirou uma banana podre de dentro.
-Esta é a vida que passou e não foi aproveitada no momento. Agora é tarde demais.
Em seguida, tirou da bolsa uma banana ainda verde, mostrou-a, e tornou a guardá-la.
-Esta é a vida que ainda não aconteceu. É preciso esperar o momento certo. Finalmente, tirou uma banana madura, descascou-a, e dividiu com meu amigo.
-Esta é a vida no momento certo; o presente. Alimente-se com ele e viva-o sem medo e sem culpa.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Tubaína...


Lembrei minha infância. Meu filho foi cortar o cabelo. Enquanto esperava, observava a rua. Sábado à tarde. Pessoas passavam de um lado para o outro. Sentado no salão via o prédio do outro lado da rua. Um dia foi o bar do seu Orlando. O bar já não existe mais. Impossível falar dele e não lembrar as grossas lentes dos seus óculos. Não recordar dos doces atrás do vidro. Lembrei de quantas vezes sentei com alguns amigos naquela escadinha. Era ali; no bar do seu Orlando que gastávamos o dinheiro das apostas do futebol. Uma rua contra a outra. A rua de cima contra a rua de baixo. Sábado de manhã. Recordo do dinheiro no saquinho plástico. Ganhando tinha Tubaína. Impossível ficar algumas horas neste local e não recordar.
Ali parado você vê passar pessoas de um tempo já distante. Estão diferentes. Todos nós estamos. Algumas ainda me reconhecem. Acenam. Sorriem. Outras não. Também não as reconheço. Somos estranhos. A vida é mesmo estranha. Passo constantemente naquela esquina. Nunca havia parado para pensar; para lembrar. Devemos fazer este exercício mais vezes. Precisamos estar mais atento às mudanças. Talvez assim, deixaremos de nos surpreender. Não nos tornaremos estranhos. Mas, o que importa? Importa se somos felizes. Você já se perguntou o que precisa para ser realmente feliz? Talvez esteja ali. Tão pertinho...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Puft!


Já tentaram alguma vez escrever sem pensar? Será que é possível? Não sei... Digo escrever sem ter algo planejado. Um tema. Uma ideia. Nada. Apenas começar a colocar as palavras no papel e deixar-se levar. Vou tentar. Na verdade é o que estou fazendo agora. Os dias frios são tristes ou ficamos tristes quando está frio? Pergunta idiota. De quem não pensou para escrever. Começo a entender. Ao escrever sem pensar escrevemos coisas idiotas. Quando não pensamos somos idiotas. Às vezes é bom. Então, dane-se. Continuarei escrevendo. Adoro o frio. Sempre gostei. Ponto. Acho que é assim: um dia acordamos e a decisão está tomada. Sem mais nem menos. Junto com ela vem também a coragem e disposição para enfrentar todas consequências. A dificuldade está na demora para acordarmos desta maneira. Quem pode prever? Lembro agora de um texto sobre águias. Por quê? Não sei. O título, se não estou enganado era: O sol brilha mais além. Não sei o autor. Não deve ser difícil encontrar. Não farei agora. A ideia é não parar de escrever. Diz o texto que as águias não se escondem quando a tormenta chega. Elas a enfrentam. Podem perder penas e se ferir no caminho, mas seguem em frente. Sabem que lá em cima brilha o sol. Águias! Pode parecer tudo muito melancólico por aqui. Mais uma vez dane-se. São minhas reminiscências. Mas, quem souber ver as entrelinhas... O sol brilha mais além. Acordei um dia destes. Puft!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Datas... datas


"Eu prefiro tê-la beijado uma vez,
tê-la abraçado uma vez, ter a tocado uma vez do
que passar a eternidade sem isso."
(do filme Cidade dos anjos)

Sempre procuro manter as postagens destas reminiscências atualizadas. Esta semana, os amigos leitores deverão me perdoar. Não farei outra postagem esta semana. Melhor assim. A música Iris do Goo Goo Dolls é tema do filme Cidade dos Anjos. Deixarei o vídeo com a música enquanto vou digerindo esta semana. A maioria dos amigos compreenderá. Outros, como diz a música: “Eu não quero que o mundo me veja. Porque eu sei que eles não entenderiam...”

I just want you to know who I am

"O destino une e separa pessoas,
mas mesmo ele sendo tão forte, é incapaz de fazer com
que esqueçamos pessoas que por algum momento
nos fizeram felizes...”
(do filme Cidade dos anjos)



Releituras...

Como não vou fazer mais postagens esta semana vou sugerir algumas releituras destas reminiscências. Colocarei os links abaixo.

A época da Inocência
Primeiro contato
A linha de sombra
Pálido ponto azul
Vida é sinônimo de mudança
Cindy Lauper, 1989
Quatro passos atrás

domingo, 5 de setembro de 2010

Continuamos por aqui...


O vinho nas quintas não acabou. Claro que não. Pode parecer que raramente acontece. Culpa minha. Não tenho divulgado com a frequência habitual nossos encontros semanais. Compensarei. Aqui uma seleção dos últimos pratos e vinhos degustados nos últimos encontros.

1) Bolinhas de queijo do chef Reinaldo.
2) Costeleta de cordeiro com farofa temperada.
3) Barquinhos de pão francês com requeijão de búfala e pasta de lombo defumado.
4) Costelinhas ao barbecue com batata assada e arroz branco.


5) Escondidinho de carne seca.
6) Filé ao molho gorgonzola com risoto de brócolis.

VINHOS DEGUSTADOS (Alguns Deles)

1) Paulo Laureano Premium 2008 – Alentejo, Portugal
Produtor: Paulo Laureano Vinus
Castas: Trincadeira, Aragonês e Alicante Bouschet

2) Toro de Piedra Gran Reserva 2008 – Vale Curicó, Chile
Produtor: Viña Requingua
Castas: Carmenére, Cabernet Sauvignon

3) Vernus Blend 2006- Vale Colchagua, Chile
Produror: Santa Helena
Castas: Cabernet Sauvignon, Carmenére e Merlot

4) Marques de Casa Concha 2005 – Puente Alto, Chile
Produtor: Concha y Toro
Castas: Cabernet Sauvignon

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Aspas reminiscente...


"O amor é uma força mais formidável que qualquer outra.
Ele é invisível - não pode ser visto ou medido,
e mesmo assim, ele é suficientemente poderoso para te
transformar em um momento, e te oferecer mais
alegria do que qualquer bem material poderia."

(Barbara DeAngelis)

Dia 02 de setembro - O sol, pois, se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro. E não houve dia semelhante a esse, nem antes nem depois dele...

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Corínthians, 100... Por Mauro Beting


É na quarta-feira. Foi ontem. É hoje. Será sempre. O Corinthians não precisa de data para celebrar. Só precisa de Corinthians.
Pode parecer mesquinho para os outros, onanista, até. Mas isso é Corinthians para quem de fato importa – o corintiano. Basta existir.
O fiel não precisa de jogo, de estádio, de adversário, de futebol, de campeonato, de gol, de vitória, de título.

O corintiano só precisa do Corinthians para ser feliz.

Só precisa de outro corintiano para fazer festa. Ele se encontra pela rua e confraterniza como se visse um Luisinho, um Marcelinho, um Neco, um Neto, um Rivellino, um Sócrates, um Wladimir, um Cláudio, um Biro-Biro, um Zé Maria, um Basílio, um Gilmar, um Brandão, um ídolo. Um corintiano. Que não precisa ser craque, pode até ser bagre. Desde que saiba que a camisa não é um símbolo. É tudo. É Corinthians.

Não é um bando de loucos. É um corintiano. Definição precisa e perfeita. Completa e complexa. Mas simples como um torcedor que ama o time como ama a família. Se não torce de fato mais pelos 11 que jogam por todos que pelos entes queridos. Afinal, é tudo do ente. É tudo doente. É tudo Timão.

O Corinthians não é a vida de um corintiano.
Antes de ser gente ele é Corinthians.
Por isso tanta gente é Corinthians. Num Brasil imenso e injusto socialmente, o campeão dos campeões paulistas é dos maiores fatores de inclusão, justiça e igualdade no país.

Não por acaso é nação dentro deste continente. Tem regras complicadas, tem razões malucas, tem paixões regradas. Tem de tudo e tem para todos no Parque São Jorge. Na casa por usucampeão Pacaembu. No Morumbi tantas vezes palco das festas. No Maracanã campeão mundial em 2000. Nas tantas praças brasileiras que viraram casas corintianas em títulos e troféus. Até mesmo nas dores que não murcharam amores. Até mesmo nas vergonhas nos gramados e nos sem-vergonhas das tribunas e tribunais, o Corinthians sempre soube ganhar como raros, e até soube perder como poucos. Mesmo perdendo a cabeça e perdendo o juízo. Mas jamais perdendo o coração.
Doutor, eu não me engano, mesmo que meu coração seja o oposto do corintiano, não há nada que bata tanto e por tantos como esse que se diz maloqueiro e sofredor, graças a Deus!

Esse prazer de eventualmente sofrer é exclusividade alvinegra. Esse amor não se explica. É um presente. É um dom. É uma doação, mesmo quando mais parece uma danação. É sina que não se explica, que fascina até quem não é, até quem não gosta. Não sei explicar o Corinthians. Nem os corintianos conseguem.
Mas nada disso é preciso. O que importa é que sempre haverá no estádio e em cada canto um fiel. Um estado de espírito alvinegro. Um torcedor que acredita sem ter por que; que torce sem ter por quem; que joga sem ter com quem.

Listar os títulos corintianos não é fácil. Mais difícil é compreender um torcedor que até se orgulha dos fracassos. Até na segunda dos infernos. Em 2008, vi gente acreditando como sempre desde 1910. Vi fiel não abandonando. Não parando. Acreditando. Corintianando.
Fiel pode até ser rebaixado – mas não se rebaixa. Raros sabem perder e ganhar como nenhum outro jamais venceu.
Ainda mais raros (embora muitos) nasceram sabendo que quem ama não perde. Podem até ter times melhores. Mas mais amados?
Nestes 100 anos, não conheço igual.
Até porque quarta-feira não será um dia especial.
Desde 1º. de setembro de 1910, todos os dias são especiais.
Todos são dias de Corinthians.