quinta-feira, 5 de março de 2015

Natureza Humana


Entrelinha poderia ser definida como o espaço entre duas linhas. Simples. Mas nada é simples. O sentido implícito. O que não foi escrito ou falado. Então, interpretamos. E, tratando-se de interpretação, cada um tem a sua. Assim, encontre-se nas entrelinhas...
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Ah! O dia a dia! Basta ficarmos sentados por alguns minutos observando. Não é necessário mais do que parcos minutos. E então, neste tempo infindável dedicado à contemplar o meu redor e o que por lá acontecia, lembrei de um fábula. Não importa em qual das sete teorias sobre a natureza humana você acredita ou se encaixa. A moral da fábula será sempre verdadeira...
Caminhavam por uma estrada um monge e seus discípulos. Ao passarem por uma ponte o monge notou um escorpião sendo arrastado pelas águas do rio. Correu pela margem, meteu-se na água e pegou o escorpião com a mão. Ao trazê-lo para fora do rio o escorpião o picou. Com a dor, acabou deixando-o cair novamente no rio. Foi então mais uma vez à margem, pegou um ramo de árvore e pulou no rio para salvar o bichinho.
Em seguida, juntou-se aos discípulos na estrada. Eles haviam assistido à cena e o receberam perplexos e penalizados. “Mestre, o Senhor deve estar muito doente! Por que foi salvar esse bicho ruim e venenoso? Que se afogasse! Seria um a menos! Veja como ele respondeu à sua ajuda: picou a mão que o salvava! Não merecia sua compaixão!”
O monge ouviu calmamente os discípulos e respondeu: “Ele agiu conforme sua natureza e eu de acordo com a minha”.

domingo, 1 de março de 2015

Culpa do Universo


A vida é sempre surpreendente. Todos nós temos um lado obscuro.  Do avesso. Aceitemos ou não. Nossa antítese. Amigos leitores, não se assustem. Apresento “A antítese” destas reminiscências. Nem tanto nas ideias, mas, principalmente na forma. Na maneira de escrever. Um pouco. Prometo. Só um pouco do meu lado obscuro...
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Primeiro não é nada. Mas você não sabe? O nada é tudo. Depois, é tudo. E então, o tudo já não é nada. Dane-se. Ninguém falou que era necessário entender. Ele tinha razão. “Se os fatos não se encaixam na teoria, modifique os fatos”. Ele quem? Einstein. Quem mais?
A verdade... Não há verdade. Nem mentiras. Não há nada. Nada? Então há tudo. Não importa. A decisão é sua. As escolhas também. Talvez, eu devesse seguir, também, os conselhos da Teoria do Medalhão[i]. Repousar na mediocridade e deixar os dias passarem. Fácil. Não. Não eu. Não conseguiria. Se o sangue congelar em minhas veias será por uma única razão: Puro equilíbrio. O contraposto. A antítese. Mas, este sou eu. Apenas eu.
Li, não recordo aonde, uma teoria na qual para a física setenta e três por cento do peso do Universo corresponde ao nada. Vinte e três por cento estão relacionados aos Buracos Negros. Então, não faça nada. Talvez seja a melhor maneira de fazer tudo. Vai saber. Da minha parte, ficarei com os quatro por cento correspondentes ao seu peso. Estou mesmo sempre com as minorias. Eu entendo. A culpa é da maioria. Fazer o que? Entendo, mas não concordo...



[i] Teoria do Medalhão – Conto de Machado de Assis.