sábado, 20 de janeiro de 2018

Escolhas ao acaso


Entrelinha poderia ser definida como o espaço entre duas linhas. Simples. Mas nada é simples. O sentido implícito. O que não foi escrito ou falado. Então, interpretamos. E, tratando-se de interpretação, cada um tem a sua. Assim, encontre-se nas entrelinhas...
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"Enquanto acreditarmos em nossos sonhos,
 nada será por acaso..." (Henfil)

Não importa no que você acredita. Se é questão de fé, de ceticismo, de esperança ou se apenas acredita em sorte ou azar. Quanto mais o tempo passa, e com ele os anos vividos, maior é a minha certeza de que realmente não sabemos de nada. No livro “Os Sete Pilares da Sabedoria” de T. E. Lawrence, que inspirou o filme Lawrence da Arábia (Meu preferido), após recusar-se a acreditar que as coisas já estariam pré-determinadas pelo destino, Lawrence escuta de um beduíno que “Para alguns homens, nada está escrito a menos que eles escrevam...”. Para quem conhece a sequência da história muitas questões podem ser discutidas depois. Não importa.
Talvez seja mesmo verdade, nada acontece por acaso. Eu disse talvez. Não sei. Ninguém sabe. E não importa se é um debate teológico, filosófico, ontológico ou biológico.  Como falei, quanto mais o tempo passa, menos acredito no acaso. Parece óbvio que quando não podemos explicar um determinado fenômeno ou não temos controle sobre ele, utilizamos de nossa crença para explicá-lo. E nesse caso, cada um tem a sua. Não é essa a questão. Não quero discutir crenças. Deus me livre!
De início é preciso deixar claro: acaso e escolhas são coisas completamente e essencialmente diferentes. Acreditar que nada acontece por acaso faz com que todas as nossas escolhas sejam apenas uma ilusão? Recuso-me a acreditar nisso. Você não? São minhas experiências. Apenas minhas. Cada um deve ter a sua. Viva de acordo com elas. Eu faço isso. Somos determinados por nossas escolhas. E elas, determinadas por quem somos. É o poder do pensamento. Tudo que idealizamos é proveniente da nossa capacidade constante de pensar. E nossas escolhas também são, muitas vezes, baseadas na projeção de vida idealizada por nossos pensamentos. Filosofia...  está bem, já parei.
Da filosofia à física quântica e suas miríades de possibilidades não são capazes de explicar. E quem precisa de explicação? É celebre a frase do poeta Pablo Neruda: “Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências...”. Mas, se nada acontece por acaso...

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Faz sentido para você?


Encontrei essa pequena história no perfil do Instagram da Caroline Hessel (@carol_hessel). É um trecho do livro:  Trabalhe 4 horas por Semana, escrito por Timothy Ferriss. Na postagem, ela indagava: Faz sentido para você? Transfiro a pergunta ao amigo reminiscente. Pense nisso...
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Um homem de negócios americano passou umas férias numa pequena aldeia costeira mexicana por ordem do médico. Na primeira manhã de férias, foi ao cais para desanuviar a cabeça.
Um pequeno barco com apenas um pescador tinha encostado e dentro estavam vários atuns grandes. O americano elogiou o mexicano pela qualidade do peixe.

– Quanto tempo demorou a apanhá-los? – perguntou
– Pouco tempo – replicou o mexicano num inglês surpreendentemente correto.
– Porque não fica mais tempo no mar e apanha mais peixe? – perguntou o americano.
– Tenho o suficiente para sustentar a minha família e dar alguns aos amigos – explicou.
– Mas… o que faz o resto do tempo?

O mexicano ergueu os olhos e sorriu.
– Durmo até tarde, pesco um pouco, brinco com os meus filhos, faço uma siesta com a minha mulher, e vou à aldeia todas as noites, onde bebo vinho e toco viola com os amigos. Tenho uma vida cheia e ocupada, senhor.

O americano riu-se ergueu a cabeça.
– Caro senhor, tenho um MBA em Harvard e posso ajudá-lo. Devia passar mais tempo a pescar e, com os lucros, comprar um barco. Dentro de pouco tempo podia comprar vários, porque apanhava mais peixe. Podia, por fim, ter uma frota de barcos de pesca.
– E continuou: – Em vez de vender o que apanhasse a um intermediário, podia fazê-lo diretamente aos consumidores, abrindo a sua própria fábrica de conservas. Controlaria o produto, processamento e distribuição. Precisaria sair desta pequena aldeia, claro, e mudar-se para a Cidade do México, depois para Los Angeles e, por fim, para Nova York, onde podia dirigir a sua empresa em expansão com gestão adequada.

O pescador mexicano acrescentou:
– Mas, senhor, quanto tempo é que isso tudo levaria?

Ao que o americano replicou:
– Entre 15 a 20 anos. Máximo 25.
– Mas, e então depois, senhor?

O americano riu-se e acrescentou:
– Essa é a parte melhor. Quando chegasse a altura certa, anunciaria uma oferta pública inicial, venderia as ações da empresa ao público e ficaria rico. Faria milhões.
– Milhões, senhor? E depois?

– Então aposenta-se e muda-se para uma pequena aldeia piscatória, onde dormiria até tarde, pescaria um pouco, brincaria com os filhos, faria sestas com a sua mulher e iria até à aldeia á noite, onde poderia beber vinho e tocar viola com os seus amigos…