domingo, 1 de junho de 2014

Eu cuidarei de você - Ari Mota


"Feliz, quem...
Conseguiu aperceber, que pouco é... 
construir castelos, amealhar jóias,
e em soberba atitude, só conquistar poder,
e desfilar com títulos e vaidades... 
acumulando moedas,se não soube reinicializar...
depois das quedas..."
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Feliz, quem…
Teve alguém para amar,
e quando o tempo exíguo... sinalizou que ia embora,
quando a escassez de si mesmo...  procurou abrigo,
sem desassossego ficou esperando a... hora.
Feliz, quem...
Conseguiu aperceber,
que pouco é... construir castelos, amealhar jóias,
e em soberba atitude, só conquistar poder,
e desfilar com títulos e vaidades... acumulando moedas,
se não soube reinicializar... depois das quedas.
Feliz, quem...
Nestas madrugadas insones, teve um peito para dormir,
e em isolamentos ocasionais, nunca se sentiu sozinho,
e em irresolutos vazios, teve um colo para silenciar,
e alguém para estar ao seu lado... no caminho.
Feliz, quem...
Nem por descuido do destino, endeusou-se de insensatez,
nem se fartou de coisas... e na alma, tudo semeou,
e sustentou equilíbrio no existir, e tudo amou,
com altivez.
Feliz, quem...
Entendeu, que de todas as riquezas... a maior,
é quando partir... ter alguém... para despedir,
e que nada foi ilusão... e tudo valeu... apesar da solidão.
Feliz, quem...
Renunciou a tudo que é tangível,
e regou a alma... esta tênue e invisível essência,
e a fez... forte e sensível,
viveu um grande amor... em resiliência.
Feliz quem...
Ao meio deste embrutecer de almas,
inda conseguiu descobrir sentimentos, e construiu um jardim,
uma varanda para sentar em fins de tardes,
e percebeu borboletas esvoaçantes,
e como eternos amantes,
comprometeram-se... encontrar-se depois... deste fim.
Feliz quem...
Conseguiu despojar de quase todos os supérfluos,
e em silêncio, sem ser comum, sem nenhum clichê
acreditou na força da alma que ama... que crê,
e sem pedir “cuida de mim”...
teve a coragem de dizer:
-eu cuidarei de você.