Entrelinha poderia ser definida como o espaço entre duas
linhas. Simples. Mas nada é simples. O sentido implícito. O que não foi escrito
ou falado. Então, interpretamos. E, tratando-se de interpretação, cada um tem a
sua. Assim, encontre-se nas entrelinhas...
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Ah! O dia a dia! Basta ficarmos sentados por alguns
minutos observando. Não é necessário mais do que parcos minutos. E então, neste
tempo infindável dedicado à contemplar o meu redor e o que por lá acontecia,
lembrei de um fábula. Não importa em qual das sete teorias sobre a natureza humana você acredita ou se encaixa. A
moral da fábula será sempre verdadeira...
Caminhavam por uma estrada um monge e seus discípulos. Ao
passarem por uma ponte o monge notou um escorpião sendo arrastado pelas águas
do rio. Correu pela margem, meteu-se na água e pegou o escorpião com a mão. Ao
trazê-lo para fora do rio o escorpião o picou. Com a dor, acabou deixando-o
cair novamente no rio. Foi então mais uma vez à margem, pegou um ramo de árvore
e pulou no rio para salvar o bichinho.
Em seguida, juntou-se aos discípulos na estrada. Eles
haviam assistido à cena e o receberam perplexos e penalizados. “Mestre, o
Senhor deve estar muito doente! Por que foi salvar esse bicho ruim e venenoso?
Que se afogasse! Seria um a menos! Veja como ele respondeu à sua ajuda: picou a
mão que o salvava! Não merecia sua compaixão!”
O monge ouviu calmamente os discípulos e respondeu: “Ele
agiu conforme sua natureza e eu de acordo com a minha”.