Olhou para os imensos edifícios. Ainda era difícil acreditar. O sol iluminava o seu rosto queimado, de expressões graves. Os olhos de um azul intenso revelavam um olhar ingênuo e apaixonado. Os cabelos, curtos e o espesso bigode eram morenos como o trigo maduro, o nariz obtuso completava o semblante severo e determinado. Vestia, além da calça jeans, uma camisa marrom com um colete de couro cru por cima. Nos pés uma bota de couro impecável.
Além da bagagem e do pouco dinheiro, trazia consigo a esperança e a vontade de enriquecer. Estava disposto a trabalhar duro para isto. Investiu todo o seu capital na compra daquele pequeno pedaço de terra. Uma pechincha. Seria fazendeiro.
Deixou para trás o emprego de balconista na mercearia Santa Fé. Ainda que sobre os protestos de seu Nicolau, dono do estabelecimento no qual trabalhava desde os doze anos de idade. Tempo suficiente para acumular fundos para a realização de seu sonho. E assim, na primeira oportunidade, tratou de segurá-la com ambas as mãos.
Abriu a porta traseira do taxi e jogou a mala. Sentou-se fascinado e estendeu o braço por sobre o ombro do motorista entregando-lhe um papel com o endereço desejado.
- De Minas? – arriscou o motorista tentando puxar assunto.
- Não – sentenciou.
Nasceu e criou-se em uma pequena cidade ao sul de Goiás. Pouca gente já ouvira falar e não foi diferente com o motorista que apesar de nunca tomar conhecimento de sua existência, assentiu com a cabeça.
Estava deslumbrado com as ruas, casas e prédios no caminho. Tudo era diferente. Preso ao porta-luvas do veículo um jornal mostrava o desenho de um retrato falado. Encontrava-se dobrado. Não pôde ler nada a respeito, mas o rosto lhe parecia familiar. Aos poucos foi deixando-se levar pelos pensamentos. Ainda não sabia o que iria plantar. Dependeria do tipo de terra e condições do clima. Gostaria de ter algumas cabeças de gado. Uma dúzia de cavalos. Quem sabe um lago para pescar. Na verdade o dinheiro que sobrou daria apenas para algumas sementes. Não desanimaria.
O carro contornou uma curva e entrou em uma grande avenida. O motorista olhando pelo retrovisor mais uma vez tentou puxar conversa.
- Acho que hoje não chove.
Não respondeu. Do lado direito pôde ver uma enorme área verde. Crianças brincando, ciclistas, gente de todas as idades correndo, andando. Vendedores com carrinho de pipoca e cachorro quente.
- Que lugar é esse? – Perguntou diante de tal espetáculo.
- Aqui é o Parque Ibirapuera – Respondeu enquanto estacionava o carro pondo fim à corrida.
Novamente olhou para o retrato no jornal. Lembrou-se de onde o conhecia. Retirou uma folha de um envelope em suas mãos. Logo após o seu nome estava escrito: “Proprietário da Fazenda Ibirapuera, situada à rua...” Não queria ler mais nada. Encostou-se ao banco e ordenou ao motorista:
- De volta para a rodoviária.
Além da bagagem e do pouco dinheiro, trazia consigo a esperança e a vontade de enriquecer. Estava disposto a trabalhar duro para isto. Investiu todo o seu capital na compra daquele pequeno pedaço de terra. Uma pechincha. Seria fazendeiro.
Deixou para trás o emprego de balconista na mercearia Santa Fé. Ainda que sobre os protestos de seu Nicolau, dono do estabelecimento no qual trabalhava desde os doze anos de idade. Tempo suficiente para acumular fundos para a realização de seu sonho. E assim, na primeira oportunidade, tratou de segurá-la com ambas as mãos.
Abriu a porta traseira do taxi e jogou a mala. Sentou-se fascinado e estendeu o braço por sobre o ombro do motorista entregando-lhe um papel com o endereço desejado.
- De Minas? – arriscou o motorista tentando puxar assunto.
- Não – sentenciou.
Nasceu e criou-se em uma pequena cidade ao sul de Goiás. Pouca gente já ouvira falar e não foi diferente com o motorista que apesar de nunca tomar conhecimento de sua existência, assentiu com a cabeça.
Estava deslumbrado com as ruas, casas e prédios no caminho. Tudo era diferente. Preso ao porta-luvas do veículo um jornal mostrava o desenho de um retrato falado. Encontrava-se dobrado. Não pôde ler nada a respeito, mas o rosto lhe parecia familiar. Aos poucos foi deixando-se levar pelos pensamentos. Ainda não sabia o que iria plantar. Dependeria do tipo de terra e condições do clima. Gostaria de ter algumas cabeças de gado. Uma dúzia de cavalos. Quem sabe um lago para pescar. Na verdade o dinheiro que sobrou daria apenas para algumas sementes. Não desanimaria.
O carro contornou uma curva e entrou em uma grande avenida. O motorista olhando pelo retrovisor mais uma vez tentou puxar conversa.
- Acho que hoje não chove.
Não respondeu. Do lado direito pôde ver uma enorme área verde. Crianças brincando, ciclistas, gente de todas as idades correndo, andando. Vendedores com carrinho de pipoca e cachorro quente.
- Que lugar é esse? – Perguntou diante de tal espetáculo.
- Aqui é o Parque Ibirapuera – Respondeu enquanto estacionava o carro pondo fim à corrida.
Novamente olhou para o retrato no jornal. Lembrou-se de onde o conhecia. Retirou uma folha de um envelope em suas mãos. Logo após o seu nome estava escrito: “Proprietário da Fazenda Ibirapuera, situada à rua...” Não queria ler mais nada. Encostou-se ao banco e ordenou ao motorista:
- De volta para a rodoviária.
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