sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Parte 27 – Vigésimo sétimo contato




(...) Acontece hoje. Que bobo eu sou. Você já sabe disso. Desculpe, como disse, estou tentando encontrar antigos sentimentos. Talvez estejam mesmo perdidos para sempre. Para você, nada disso importa. Sei que está passando por um período bastante complicado. Tenho evitado falar sobre 1988. Mas agora, passado alguns meses, tudo está mudando. Sempre acreditei que teria muita coisa para escrever sobre o seu atual momento. Incrível. Não tenho. Apenas, viva um dia de cada vez. Escrever estas cartas levou-me a uma profunda reflexão. Era inevitável. Apenas eu, inocente, não havia percebido. Cada momento da minha vida está sendo reavaliado. Quer saber se tenho algum arrependimento? Algo que faria totalmente diferente? Que para mudar, seria capaz de pedir a você para interferir e fazer diferente? Claro que tenho. Apenas uma coisa. Um único e sombrio arrependimento. Viverei com este fantasma para sempre. Minha culpa. Assumo. Eu sei, estou sendo injusto com você. Deve estar querendo saber do que se trata. Não tenho nenhuma intenção de contar-lhe. Ainda não. Este momento chegará. Terá que ser paciente. Será preciso esperar alguns anos. Não muitos. Mudá-lo, poderá mudar toda minha vida. Ou melhor, a nossa. Ainda assim, eu o faria sem pensar nas consequências. Melhor esquecer. Ao menos por enquanto. Será preciso deixar minhas lamentações esquecidas. Elas em nada poderão ajudar-lhe. Seus problemas são outros. São eles que você precisa encarar. Uma frase de John F. Kennedy resume a essência de quem me tornei. Minhas verdades. "Ter coragem não é algo que requeira qualificações excepcionais, fórmulas mágicas ou combinações especiais de hora, lugar e circunstância. É uma oportunidade que, mais cedo ou mais tarde, é apresentada para cada um de nós". Dizem que o impossível é aquilo que não se tentou. Músicas realmente são máquinas do tempo: Van Halen, When it’s love.

Um comentário:

Juliana Borim disse...

Nossa pegou pesado com o grupo hein...fazia muitos anos que não escuta Van Halennn.
Confesso que fiquei confusa com esta carta...
bjs,
Ju