Meu pai escreveu-me certa vez:
“(...) Aproveito para mostrar-lhe um poema que li quando ainda era adolescente
e que jamais esqueci. É uma eterna declaração de amor. O poema é da inglesa
Elizabeth Barret Browning. São pedaços de minha vida, não vou esquecer. Papai”.
AMO-TE
Amo-te quanto em largo, alto e
profundo. Minh'alma alcança quando, transportada, sente, alongando os olhos
deste mundo, os fins do ser, a graça entressonhada.
Amo-te a cada dia, hora e
segundo. A luz do sol, na noite sossegada e é tão pura a paixão de que me
inundo. Quanto o pudor dos que não pedem nada.
Amo-te com a dor, das velhas
penas com sorrisos, com lágrimas de prece e a fé de minha infância, ingênua e
forte.
Amo-te até nas coisas mais
pequenas, por toda vida, e assim Deus o quiser. Ainda mais te amarei depois da
morte.
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