sexta-feira, 8 de junho de 2012

O Retorno de Merlim



A ideia veio de uma mania minha. Quem me conhece sabe que não apenas sou um leitor inveterado como também possuo muitos livros. Invariavelmente tenho como costume abrir um livro em uma página qualquer e ler o seu conteúdo. Não me pergunte a razão. Não existe nenhuma.
Por motivos óbvios, adotarei sempre a página 72 de qualquer livro para transcrever seu conteúdo aqui no blog.. Talvez a ideia não seja das melhores, mas vamos ver para onde ela nos levará. Não escolherei o conteúdo. Pegarei um livro e abrirei na página 72. Simples assim. Vejamos o que acontece.

Do livro: O retorno de Merlim de Deepak Chopra

- Passei por um mau momento – disse o velho, olhando para cima – você nem pode imaginar. – Ele estendera seu suéter folgado no chão para sentar em cima dele, de modo a não ficar enlameado. A mão de Artur começou a tremer, fazendo com que a luz dançasse para lá e para cá. O poderoso feixe iluminou a barba do velho, ao passar por ela.
O velho sacudiu a cabeça.
- Estão todos com medo majestade. – Ele não deu um intervalo para esperar a reação de Artur, mas continuava a murmurar, como se fosse consigo mesmo. – Parece que perdi a rainha, e ficar perambulando pelo limbo não é nenhum piquenique, se este for o destino dela. Já que foi meu discípulo, foi mais fácil achar você. Mas levou tempo, levou tempo.
Ah, meu Deus. Artur tentou gritar. Mas sua boca secara – tinha a impressão que asas de traça enchiam sua boca.
- Você está vivo – sussurrou ele.
- Bem, sim e não – disse o velho pensativamente. – Será que temos tempo para discutir isso nesse momento? – Os pés de Artur pareciam insensíveis e pesados. Ele não conseguia se afastar; não encontrava em si o desejo de se mexer, em absoluto. O velho parecia cansado.
- É muito chato dizer, devo dizer, vê-lo aí me olhando boquiaberto. Você sabia que voltaria; sabia que eu estaria lá. O plano funcionou bem. Por que encenar um melodrama? – Ele levantou a mão num gesto de chamamento.
Como uma marionete bem comportada, as pernas de Artur começaram a carregá-lo ladeira abaixo. Sentiu um punho que apertava seu coração, e os sons só chegavam ao seu cérebro como se tivessem de atravessar uma peluda espessura. Tem gente que morre assim de choque, pensou ele.

Nenhum comentário: