A ideia veio de uma mania
minha. Quem me conhece sabe que não apenas sou um leitor inveterado como também
possuo muitos livros. Invariavelmente tenho como costume abrir um livro em uma
página qualquer e ler o seu conteúdo. Não me pergunte a razão. Não existe nenhuma.
Por motivos óbvios, adotarei
sempre a página 72 de qualquer livro para transcrever seu conteúdo aqui no
blog.. Talvez a ideia não seja das melhores, mas vamos ver para onde ela nos
levará. Não escolherei o conteúdo. Pegarei um livro e abrirei na página 72. Simples
assim. Vejamos o que acontece.
Do
livro: O retorno de Merlim de Deepak Chopra
- Passei por um mau momento –
disse o velho, olhando para cima – você nem pode imaginar. – Ele estendera seu
suéter folgado no chão para sentar em cima dele, de modo a não ficar enlameado.
A mão de Artur começou a tremer, fazendo com que a luz dançasse para lá e para
cá. O poderoso feixe iluminou a barba do velho, ao passar por ela.
O velho sacudiu a cabeça.
- Estão todos com medo majestade.
– Ele não deu um intervalo para esperar a reação de Artur, mas continuava a
murmurar, como se fosse consigo mesmo. – Parece que perdi a rainha, e ficar
perambulando pelo limbo não é nenhum piquenique, se este for o destino dela. Já
que foi meu discípulo, foi mais fácil achar você. Mas levou tempo, levou tempo.
Ah, meu Deus. Artur tentou
gritar. Mas sua boca secara – tinha a impressão que asas de traça enchiam sua
boca.
- Você está vivo – sussurrou ele.
- Bem, sim e não – disse o velho
pensativamente. – Será que temos tempo para discutir isso nesse momento? – Os pés
de Artur pareciam insensíveis e pesados. Ele não conseguia se afastar; não
encontrava em si o desejo de se mexer, em absoluto. O velho parecia cansado.
- É muito chato dizer, devo
dizer, vê-lo aí me olhando boquiaberto. Você sabia que voltaria; sabia que eu
estaria lá. O plano funcionou bem. Por que encenar um melodrama? – Ele levantou
a mão num gesto de chamamento.
Como uma marionete bem
comportada, as pernas de Artur começaram a carregá-lo ladeira abaixo. Sentiu um
punho que apertava seu coração, e os sons só chegavam ao seu cérebro como se
tivessem de atravessar uma peluda espessura. Tem gente que morre assim de
choque, pensou ele.
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