“O que verdadeiramente somos
é aquilo que o impossível cria em nós”. (Clarice Lispector)
é aquilo que o impossível cria em nós”. (Clarice Lispector)
Reza a lenda que no ano de 490 a. C.,
Filípedes, soldado grego liderado pelo general Milcíades, foi enviado à Atenas
para levar a notícia da vitória contra os persas às esposas dos soldados
atenienses. Após percorrer cerca dos 42 km que separavam as planícies de
Marathónas a Atenas, o jovem soldado, extenuado, conseguiu ao chegar, dizer apenas
“vencemos” e então caiu morto.
Cerca de 25 séculos depois do feito de
Filípedes, uma multidão de jornalistas, familiares, amigos e simpatizantes
estavam aguardando Fauja Singh. O homem de cem anos que entrou para a história
da maratona após 8 horas, como o homem mais velho do mundo a completar uma
prova de 42km. Sim! Cem anos!
Após perder as duas pessoas que mais
amava, decidiu viver com o seu outro filho, que vivia no Reino Unido. Sua vida
mudou. Para combater a depressão e o isolamento num país onde não conhecia
nada, nem ninguém, Fauja começou a correr. E quis o destino que, acidentalmente,
cruzasse com um antigo campeão olímpico que decidiu treiná-lo. Após o feito, indagado
sobre como conseguia correr com essa idade, Singh disse: “Dou um passo de cada
vez”.
Diz os textos judaicos: “O milagre não
prova o impossível; serve, apenas, como confirmação do que é possível”. Talvez
aí se encontre a grande lição de Fauja Singh. Para dar um passo de cada vez, é
preciso dar o primeiro passo. Iniciativa, ousadia, coragem, decisão. Atitude.
No filme Compramos um zoológico, baseado nas memórias de Benjamin Mee, escutei
a seguinte frase: “Sabe, às vezes tudo que você precisa é de vinte segundos de
coragem extrema. Sério, vinte segundos de bravura vergonhosa. E eu te juro que
algo ótimo vai acontecer”.
Victor Hugo tinha razão, “Chega sempre a
hora em que não basta apenas protestar: após a filosofia, a ação é
indispensável”. Mova-se!
Um comentário:
Emerson, muito bom o texto.
Henri
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