“Apenas
quando somos instruídos pela realidade é que podemos mudá-la”. (Bertolt Brecht)
Anaximandro acreditava que a realidade é eterna, infinita e
indeterminada. Sem fronteiras. Arché. Antes de continuar; você deve estar se
perguntando: quem é Anaximandro (610 e 547 a. C.)? Geógrafo, matemático,
astrônomo, político e filósofo pré-socrático. Um filósofo! Você já devia ter
imaginado. Onde eu estava? Ah sim! Para os filósofos, a arché é o princípio; a realidade
fundamental, aquilo de que provêm todas as outras coisas; o gênesis. Mais
filosofia. Eu sei. Paciência. Se ele estava ou não certo? Esse é outro
problema.
A realidade fundamental! Então, o que é realidade? De
acordo com o que li por ai, o cérebro é responsável pela nossa percepção do
real. Resultado das informações advindas dos nossos sentidos. Alguns cientistas
defendem a ideia de que nossa forma de ver o mundo deturpa os conceitos do que
é real e do que não é. Para simplificar: ilusão. Começo a concordar com Shakespeare
quando ele afirmou: “Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso cenário
de dementes”. A realidade parece ser confusa demais. Talvez seja verdade. Alguém
arriscaria dizer o contrário? Está bem, se ninguém vai... Falo eu! Não há
mistério. Não se iluda! Nunca. O real e o concreto estão aí; bem na nossa
frente. O resto é desculpa. E o melhor que pode fazer por você é parar de se
desculpar. Acredite. Tanta filosofia para duas linhas de conclusão. Com
certeza, devo ser um dos dementes...
Para terminar citarei Fernando Pessoa. Não encontraria palavras
melhores do que o poeta e escritor português: “O meu passado é tudo quanto não
consegui ser...”. “A vida é para nós o que concebemos dela. Para o rústico cujo
campo lhe é tudo, esse campo é um império. Para o César cujo império lhe ainda
é pouco, esse império é um campo. O pobre possui um império; o grande possui um
campo. Na verdade, não possuímos mais que as nossas próprias sensações; nelas,
pois, que não no que elas veem, temos que fundamentar a realidade da nossa vida
(...)”. Eu sei. Leia novamente. Arché.
Um comentário:
Mentiras que nossa vaidade quer! O que seria da mágica sem ilusão? O que seria do "nosso " mundo tão intímo sem ilusão?
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