“eu estava do lado certo, isso bastava para a paz da minha consciência. O sentimento do direito, a satisfação de ter razão, a alegria de nos estimarmos a nós próprios são, meu caro senhor, impulsos poderosos para nos manter em pé ou nos fazer avançar. Pelo contrário, privar os homens desses impulsos poderosos é transformá-los em cães raivosos.” (Albert Camus – A queda)
Espere! Leia novamente o texto acima; agora com um pouco mais de calma. Acredito que estas palavras podem fazer toda a diferença. Fazem na minha vida. A certeza de estar do lado certo e fazendo as coisas corretamente podem ser suficientes para nos fazer seguir em frente. Mesmo quando nos dizem o contrário. Mesmo quando vemos as coisas erradas. Talvez esta seja a única maneira de não nos transformarmos em cães raivosos.
A queda (1956). O livro de Albert Camus, autor de O estrangeiro e A peste, segundo João Domenech Oneto “é talvez a mais penetrante, mais pessoal de suas obras de criação... O narrador faz uma grande denúncia da própria natureza humana misturada a um penoso processo de autocrítica. O homem que fala em A queda se entrega a uma confissão calculada... Onde começa a confissão e onde começa a acusação? É a reação do homem que aceita e assume suas responsabilidades pelos erros da humanidade. Mas que não quer fazê-lo sozinho, que deseja ver cada um de nós fazer o mesmo. Aquilo que o homem suporta com mais dificuldade é ser julgado. Cinquenta anos depois, A queda continua sendo um livro fundamental.”
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