sábado, 23 de outubro de 2010

Quase Memória


A idéia veio de uma mania minha. Quem me conhece sabe que não apenas sou um leitor inveterado como também possuo muitos livros. Invariavelmente tenho como costume abrir um livro em uma página qualquer e ler o seu conteúdo. Não me pergunte a razão. Não existe nenhuma. Por motivos óbvios, adotarei sempre a página 72 de qualquer livro para transcrever seu conteúdo aqui no blog.. Talvez a idéia não seja das melhores, mas vamos ver para onde ela nos levará. Não escolherei o conteúdo. Pegarei um livro e abrirei na página 72. Simples assim. Vejamos o que acontece.

Do livro: Quase Memória de Carlos Heitor Cony

“(...) E meu espanto não foi ver os móveis manchados pelas águas do mar, nem o cheiro de maresia que deles emanava – no fundo, sempre gostei do cheiro de maresia, nasci sentindo esses cheiros, cheiros de conchas e florestas menstruadas.
Não tínhamos rádios até então. Agora a casa estava cheia de rádios, cujo cheiro, cheiro de válvulas aquecidas, misturava-se ao cheiro dos móveis encharcados. Havia rádios em todos os lugares, em cima de todos os móveis, rádios dos mais estranhos feitios e cores. Apesar de tantos e tão variados rádios, nenhuma deles era nosso (...)”
P. 72

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