terça-feira, 5 de outubro de 2010

Parte 17 – Décimo sétimo contato



O que aconteceu com a beleza que eu tinha dentro de mim? Sim. Tudo é recordação. Ao escrever e lembrar o passado é difícil evitar. A cada dia, tudo é passado. A vida muda muito depressa. Não é necessário passar vários anos. Alguns dias são suficientes. Horas já seriam. Nada podemos fazer. Quase nada. Podemos nos agarrar com todas as forças ao que a vida nos está oferecendo. Podemos e devemos lutar. É preciso querer. Não deixar que a vida torne tudo passado. Algumas coisas nós não podemos controlar. Nossas decisões nos pertence. Não devemos fugir delas. Nunca é fácil. Não espere isso. Mas acredite, será ainda mais difícil olhar para trás e vermos medo. Simplesmente não tivemos coragem. Viver desta maneira é fácil. Viver nas sombras. Há uma frase que conhecerá logo. Não sei o autor. Mas garanto; jamais se esquecerá dela e das circunstâncias em que a conheceu. Acho até que já lha falei sobre ela. Não importa. Lembrarei novamente. “Os barcos estão seguros se permanecem no porto, mas não foram feitos para isso”. Às vezes não entendemos. A decisão de outros também pode nos afetar. São escolhas. Estas nós podemos controlar. São de nossa responsabilidade. As conseqüências também. Mesmo quando as escolhas são as erradas. Não saber as razões é muito dolorido. Sofremos. Nada podemos fazer.
Emerson; resolvi escrever-lhe por achar que tinha muito a lhe dizer sobre a vida. Você está hoje com catorze anos. Achei que 1986 seria a época ideal. Agora, descobri que não é bem assim. Parecia simples. Não é. Talvez o momento não seja o ideal. O meu momento. Parece até inacreditável. Perguntamos-nos por quê? Merecemos? Não importa. Tudo é aprendizado. Seguimos navegando. São nossas escolhas. Agarre-se ao que a vida lhe oferece.

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