quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Parte 32 – Trigésimo segundo contato



COMO VAI AMIGO? ACABEI DE RECEBER ESTA CARTA E REPASSO A VOCÊ IMEDIATAMENTE. UM GRANDE ABRAÇO.

Não é necessário refletir muito para chegar à conclusão que você ainda existe. Não há como afirmar o contrário. Em nenhum momento deixou de existir. O entendimento é simples: sou o resultado de toda a sua vivência; das suas escolhas e do conhecimento adquirido ao longo dos anos. E agora, como consequência destas cartas, eu também vivo em você. O que isso significa? Não sei. Ainda não. Como escrevi anteriormente, precisamos manter a lucidez e ter uma visão clara da realidade. Realidade... Enfim! A grande questão é: O que é realidade? Para o senso comum, é entendida como o oposto do sonho, da ilusão. O real está alicerceado em fatos. No concreto.  Está certo, virou conversa filosófica. Desculpe. São mais besteiras. Meu mundo, ultimamente, está fora da realidade. Ando vivendo de sonhos...
Mais uma vez, citando o autor do atual livro, “Os senhores já se perguntaram o que torna os homens responsáveis? Eu lhes direi: o fato de terem uma única oportunidade de fazer cada coisa. Se existissem máquinas que nos permitissem corrigir até nossos erros mais estúpidos, viveríamos em um mundo cheio de irresponsáveis...”. Veja então o dilema ao qual me encontro. Pense bem. Nosso contato torna-me irresponsável? Não. Pode tornar você. Precisa ter cuidado. Não deve esquecer: temos apenas uma chance. Devemos aproveitá-la. Já deve ter compreendido; nada farei para consertar seus erros. Viverá com eles. Assim como eu. Sei que sua vida anda agitada suficientemente. A vida muda rapidamente. Agora entende.
Vamos mudar de assunto. Tenho abordado temas pesados e enfadonhos. No momento, está aproveitando esta fase de jogador de voleibol. Esta é a ideia. Você podia aprender também a lavar sozinho sua camisa de treinamento. Pense no trabalho que está dando aos outros. Sei que não pensou nisso. 
Vou revelar-lhe algo sobre o futuro...

Um comentário:

Cássia M Bizzi disse...

"Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro." (Clarice Lispector). Você está certo em não corrigir os erros dele ...
Cássia