domingo, 25 de outubro de 2020

Parte 47 – Quadragésimo sétimo contato

 


    Já falei sobre encruzilhadas em outra oportunidade. As palavras são repetitivas. As encruzilhadas também. Já é suficiente. Espero que já tenha compreendido e não seja mais necessário falar sobre isso. Assunto encerrado. Ou não. Você sabe. Não tem regras. Risos.
    São tempos estranhos. O meu, não o seu. Estava esperando um pouco. Precisava formar alguma opinião antes de escrever algo para você. O tempo está passando e até agora não consegui. Não importa. Você sabe que pouco revelarei sobre o futuro. Situações inusitadas e inesperadas acontecerão sempre. Mesmo o mundo não estando preparado para elas. De uma maneira ou de outra, precisaremos conviver com isso. Fugir não é opção. Eu sei. Você não foge. Eu também não. Calma. Ainda somos os mesmos. Vivemos para um dia, quando nos perguntarmos se nossas escolhas e atitudes nos trouxeram aonde gostaríamos, resposta deixe nossa consciência em paz. Mas, preciso alertar você. Nem sempre dependerá de você. Na verdade, quase nunca. Esteja preparado. Conforme-se. Cada um faz sua escolha.
    É incrível o poder dessas cartas. No início não tinha consciência disso. A ideia era ajudá-lo no caminho que precisaria percorrer até onde eu me encontrava. Mesmo que você nunca conseguirá me alcançar. Eu sabia que, de alguma maneira, poderia mudar você. Querendo ou não. Não parei para pensar. Mudando você, eu também mudaria. O passado não é apenas passado quando paramos para refletir sobre ele. Einstein disse que “A distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão teimosamente persistente”. Talvez, essa relação não esteja associada a viagens no tempo. Não no sentido literal.
    Tenho me perguntado quando será o melhor momento para terminar essas cartas. Do contrário, um dia, elas encontrarão a primeira e então, as cartas passarão a influenciar as cartas. Loucura. E qual seria o resultado? Ainda não sei.

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