"...no fundo nunca fomos o que éramos antes, só lembramos o que nunca aconteceu..." (Carlos Ruiz Zafón)
Reminiscências de Emerson Batista
Do dicionário... Reminiscência: a capacidade de reter na memória. Aquilo que fica na memória. Lembrança vaga.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021
A alma adormecida dos tolos
domingo, 25 de outubro de 2020
Parte 47 – Quadragésimo sétimo contato
São tempos estranhos. O meu, não o seu. Estava esperando um pouco. Precisava formar alguma opinião antes de escrever algo para você. O tempo está passando e até agora não consegui. Não importa. Você sabe que pouco revelarei sobre o futuro. Situações inusitadas e inesperadas acontecerão sempre. Mesmo o mundo não estando preparado para elas. De uma maneira ou de outra, precisaremos conviver com isso. Fugir não é opção. Eu sei. Você não foge. Eu também não. Calma. Ainda somos os mesmos. Vivemos para um dia, quando nos perguntarmos se nossas escolhas e atitudes nos trouxeram aonde gostaríamos, resposta deixe nossa consciência em paz. Mas, preciso alertar você. Nem sempre dependerá de você. Na verdade, quase nunca. Esteja preparado. Conforme-se. Cada um faz sua escolha.
É incrível o poder dessas cartas. No início não tinha consciência disso. A ideia era ajudá-lo no caminho que precisaria percorrer até onde eu me encontrava. Mesmo que você nunca conseguirá me alcançar. Eu sabia que, de alguma maneira, poderia mudar você. Querendo ou não. Não parei para pensar. Mudando você, eu também mudaria. O passado não é apenas passado quando paramos para refletir sobre ele. Einstein disse que “A distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão teimosamente persistente”. Talvez, essa relação não esteja associada a viagens no tempo. Não no sentido literal.
Tenho me perguntado quando será o melhor momento para terminar essas cartas. Do contrário, um dia, elas encontrarão a primeira e então, as cartas passarão a influenciar as cartas. Loucura. E qual seria o resultado? Ainda não sei.
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quarta-feira, 1 de julho de 2020
Parte 46 – Quadragésimo sexto contato
...é preciso vivenciar e
aproveitar cada oportunidade. Sei que você está passando um período complicado.
Perco um pouco a noção do tempo. Você tinha catorze anos no meu primeiro
contato. Onze anos se passaram. É sempre difícil quando temos dúvidas. Queremos
respostas prontas. Espero que entenda minha ausência. Era muito importante que
suas decisões fossem apenas suas. Você já entendeu. Se suas escolhas foram
certas? Você escolheu. E isso basta. Escolher é poder, de certa maneira, ter
algum controle sobre nossa vida. Mesmo que pequeno. É preciso que aprenda, de
uma vez por todas que não poderá controlar tudo.
Mas
aqui no meu tempo, começo a acreditar que de alguma maneira essas cartas
chegaram até você. Não sei como. Mas começo a ver algumas transformações. Não é
incrível? Não se anime. Não vou falar sobre elas. Vou falar do seu momento.
Estou fazendo umas contas. Acho que cheguei bem no meio né? Não ajudarei você
com respostas. Mas já que estou aqui, posso dar um incentivo.
Somos
determinados por nossas escolhas. E elas, determinadas por quem somos. Em algum
momento da vida todos nós temos nossas encruzilhadas. Invariavelmente mais de
uma. O problema é saber se ao final do caminho escolhido teremos uma tempestade
ou um sol brilhando. Obviamente a dificuldade não se encontra no caminho a ser
seguido, mas na escolha a ser tomada.
Não
vou falar de sol brilhando. A questão é a tempestade. Dizem que “Algumas
tempestades chegam apenas para testar a força de nossas raízes”. Não encontrei
o autor da frase, mas nada parece ser tão verdadeiro quanto a importância de
nossas raízes. Elas estão aí. Influenciando em cada decisão tomada. Trata-se de
quem você é e não de quem gostaria de ser. Pode fingir. Apenas por um tempo. No
final a verdadeira essência prevalecerá. Sempre.
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terça-feira, 23 de junho de 2020
Parte 45 – Quadragésimo quinto contato
Não é realmente incrível? Eu falava sobre mais um dia e veja você. Eu sei, você não pode ver. Se você soubesse. Se alguém soubesse! Nem mesmo eu... Não importa. Fico pensando que minhas palavras para você ao longo desses anos, por mais que pouco ou nada revelassem já seriam algo para me agarrar. Estou mais cego do que você. Sempre estive. E talvez por essa razão, encontrei uma maneira de chegar até você. Posso ajudá-lo. E Você? Pode me ajudar?
Não, não tem uma maneira de você chegar até mim. E a única forma de você me ajudar é não me deixando esquecer de tudo que venho tentando ensinar para você. Eu sei. Não vou. Jamais o faria. Aprendi.
Uma coisa não mudou, posso garantir. Se não fizer meu sangue ferver e meu coração bater mais rápido, nem levanto. Do contrário, seríamos como a maioria e nos entregaríamos ao que queremos no futuro e não viveríamos a vida que está passando. E não é o futuro a consequência dessa vida vivida hoje? Sim, sempre soubemos. Nos entregamos ao agora. “Para ver o mundo num grão de areia. E o céu numa flor silvestre. Segurar o infinito na palma da mão e a eternidade em uma hora.” Ah! Blake! Um inconformado por natureza. Incompreendido. Um contestador da razão. Louco? Não somos todos? Ele já sabia. Sou repetitivo. É para você não esquecer. Leia. Releia. O assunto se repete. A vida não.
Você deve estar se perguntando se estou em pé ou continuo sentado? A você cabe apenas continuar por aí. Não há nada que possa fazer. Algumas coisas não tem explicação. Ou talvez tenham, e a explicação seja mais difícil de entender. E quem precisa entender? Então você não sente? É realmente tão difícil assim? Eu sei. Para valer a pena...
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sábado, 28 de março de 2020
Eterno Retorno - Nietzsche
quarta-feira, 25 de março de 2020
Parte 44 – Quadragésimo quarto contato
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Parte 43 - Quadragésimo Terceiro Contato